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Alternativas para indicadores setoriais

Um economista do BNDES apresenta um estudo em que propões a criação de cinco índices gerais para o mercado de ações e sete indicadores setoriais a serem utilizados por gestores de recursos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Criar cinco índices gerais para o mercado de ações, complementados por sete indicadores setoriais. Esta é a ambição do economista Ricardo Weiss, que elaborou um estudo sobre o assunto. O objetivo, afirmou, é montar uma família de "benchmarks" (parâmetros de comparação) a serem utilizados principalmente por gestores de recursos. Weiss é gerente da área de planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas ressaltou que a iniciativa de bolar os índices é própria. Ele explicou que a escolha dos parâmetros levou em conta procedimentos básicos adotados no exterior, ajustados às características do mercado brasileiro. O critério geral para a inclusão de uma empresa é possuir "free float" mínimo de US$ 40 milhões. O parâmetro considera somente o montante de ações em circulação no mercado. Seriam excluídas, por exemplo, participações do grupo controlador e as de outras companhias pertencentes ao índice - evitando assim dupla contagem. "Dessa maneira, sempre entrariam muito mais empresas do que existem hoje no Ibovespa, por exemplo." Dentre os índices propostos, o "IWeiss" é o mais abrangente, englobando todas as empresas selecionadas. Outros dois seriam referenciados pela capitalização de mercado: o "IW Giga", para as grandes empresas, e o "IW Midi", incluindo as de médio e pequeno porte. O critério para eleger as companhias maiores foi o de um valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, ao final de cada ano. De acordo com o economista, quando uma empresa tiver mais de um tipo de ação no índice, a avaliação irá respeitar o preço de cada papel para a composição do valor de mercado total. Os dois últimos indicadores gerais seriam o "IW Turbo", com ações avaliadas pelo potencial de crescimento da companhia, e o "IW Onyx", abrangendo os papéis diferenciados pelo valor. Conhecidas internacionalmente como empresas de "growth" (crescimento) ou de "value" (valor), comentou, tais empresas têm comportamentos distintos ao longo dos ciclos econômicos e de mercado, representados pelos preços das ações. Para efetuar a classificação, Weiss considera o valor patrimonial da companhia dividido pelo seu valor de mercado (VPA/P). No caso dos indicadores setoriais, seriam consideradas as seguintes áreas: consumo básico (alimentos e outros), consumo cíclico (autopeças, têxtil, tecnologia e varejo), finanças (bancos), indústria, petróleo e gás, infra-estrutura (elétricas e outros) e telecom. Segundo ele, a idéia partiu das deficiências constatadas nos "benchmarks" atuais, tanto em termos de metodologia de cálculo quanto de incompatibilidade com a regulamentação aplicável aos fundos de pensão, por exemplo. "Sei o que é ser cobrado sobre o rendimento de uma carteira frente a parâmetros que, muitas vezes, são inadequados", afirmou, lembrando a experiência como diretor financeiro do Fapes, fundo de pensão do BNDES, de 1991 a 1996.

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