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Alto custo de exploração é o desafio da Petrobrás

Preço elevado do petróleo provoca falta de equipamentos

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Por Redação
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A Petrobrás já perfurou 15 poços na área chamada de pré-sal, em profundidades entre 5 mil e 7 mil metros. Oito deles foram testados e todos tiveram resultado positivo, o que não é comum em trabalhos exploratórios de petróleo. Geralmente até metade dos poços não revelam nada. Neste caso, os quatro poços perfurados em Santos, os três do Espírito Santo e um na Bacia de Campos tiveram sucesso. Este resultado e a distância entre os poços levou os técnicos da Petrobrás a arriscarem um prognóstico de que a estatal está diante de um megarreservatório de petróleo, guardado em rochas a grande profundidade e represado por uma camada seladora de sal. "Isso ocorre com grande pujança", comemora o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella. Agora, começará um novo desafio para a estatal: conseguir desenvolver a produção nestes campos, com um custo três vezes maior ao já oneroso trabalho em águas profundas. Isso num momento em que o preço do petróleo no mercado internacional, que beira os US$ 100 o barril, elevou também os custos dos equipamentos pesados da indústria do petróleo e fez sumir a oferta de plataformas de produção no mercado. A ministra Dilma Roussef chegou a falar sobre a importância de o Brasil manter parcerias com empresas privadas na exploração e produção e petróleo, apesar da retirada dos 41 blocos de pré-sal da próxima rodada da ANP. A própria Petrobrás mantém a tradição de operar em parceria nos trabalhos exploratórios, que são de alto de risco e alto custo. Em cada campo são perfurados mais de dez poços até a fase de produção. Há campos na Bacia de Campos - a maior fonte de produção brasileira de petróleo - com mais de 20 poços produtores. Cada um deles, no caso da ultraprofundidade do pré-sal, pode custar em torno de US$ 5 bilhões. É possível que as áreas do pré-sal voltem à licitação promovida pela ANP, até para viabilizar economicamente o desenvolvimento de sua produção. Mas, certamente, o leilão será feito em outras bases. A própria ministra Dilma Rousseff considerou que não é possível levar por R$ 150 milhões (o preço máximo obtido até agora), um bloco com um potencial como este. "Com o petróleo a US$ 100, façam as contas de um bloco com reservas de mais de 5 bilhões de barris", comentou. Hoje, o Brasil, apesar de produzir quantidade de petróleo superior à demanda, o que garante a auto-suficiência, importa 300 mil mil barris por dia de petróleo leve para a produção de óleo diesel e lubrificantes. A expectativa é de que, a partir da produção do petróleo leve do pré-sal, o País pare de importar o produto e passe a ser um exportador líquido de petróleo.

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