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Aluguéis de casas sobem mais

Aumento do aluguel de casas é maior que a elevação cobrada nas locações de apartamentos. No período pós-Real, os gastos com aluguel acumulam aumento de 540%. Entre os itens analisados pelo IPC da Fipe, apresenta maior elevação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Em maio, o aumento do aluguel de casas foi maior do que o de apartamentos na cidade de São Paulo. O resultado é uma prévia da pesquisa Creci sobre imóveis prontos e aluguel residencial feita com 335 imobiliárias de todas as regiões da Capital. Os aumentos nos aluguéis de casas variaram de um mínimo de 0,67% para as residências de 1 dormitório situadas na Zona A - bairros como Itaim e Pacaembu -, ao máximo de 11,74% paras as casas de 3 dormitórios localizadas na Zona B - bairros como Aclimação e Jardim São Paulo. Porém, na Zona C - Aeroporto Móoca e Santa Cecília - os preços apresentaram redução de até 4,22% nas casas de dois dormitórios. Nessa mesma região, o preço da locação dos apartamentos chegou a cair 7,48%. De acordo com Roberto Capuano, presidente do Creci, o aumento é resultado de um crescimento da demanda por casas. "O inquilino quer fugir da locação de apartamentos, pois são imóveis que cobram condomínios, taxas de manutenção e outras despesas, que elevam o valor gasto com habitação no orçamento mensal ", afirma. Aluguel acumula maior alta do Real Entre os itens que compõem o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o aluguel é o quesito com maior aumento acumulado desde julho de 1994 - início do Plano Real. No período, foi registrada uma elevação de 540%. De acordo com estudo da Tendência Consultoria, 1995 foi o ano com maior alta no período, registrando elevação de 160,45%. Em 1996, o aumento foi menor, 31,61%. Já em 1997, o aumento foi de apenas 10,22% no período. A partir de 1998, a tendência se reverteu e o ano fechou com queda nos preços de 3,26%. Em 1999, a queda foi de 3,11%. Rita de Cássia Rodrigues, economista da Tendência Consultoria, comenta que, a partir do Plano Real, houve uma maior abertura da economia brasileira. Além disso, com o real valorizado, os produtos importados caíram de preços, puxando para baixo também os valores do que era produzido no País. O mesmo não ocorreu com os aluguéis, pois não havia concorrência. Depois de dois anos e meio de forte alta no Plano Real, o preço começou a cair em 1998. Rita de Cássia explica que a redução ficou abaixo do que era justo. "Não houve uma compensação do aumento, o que manteve os preços em níveis elevados", afirma. Além disso, com a desvalorização do real no início de 1999, o preço dos produtos comerciáveis ficaram mais caros novamente. Os proprietários de imóveis aproveitaram a oportunidade e interromperam a queda no preço das locações que vinham oferecendo. Em 2000, a Tendência Consultoria espera uma queda de 1,1%.

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