PUBLICIDADE

Publicidade

Amaral critica visão "ingênua" sobre desenvolvimento

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, criticou, no discurso que proferiu na posse do presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho, a visão "simplista", "ingênua" e "ideológica" sobre desenvolvimento, adotada por organismos multilaterais na década de 90. "Nos últimos anos, assistimos ao esgarçamento da noção de desenvolvimento em vários fóruns multinacionais, mesmo naqueles que tinham a responsabilidade pelo desenvolvimento", afirmou Amaral. Segundo ele, a noção de desenvolvimento foi substituída, na década passada, "por uma visão simplista, quando não ingênua, para não dizer ideológica, de que a abertura da economia e a privatização, por si só, bastariam para o funcionamento dos mercados e para impulsionar o crescimento". Ele ressaltou no entanto que, ao final da década de 90, voltou-se a reconhecer o papel central do Estado, "aquilo que no Brasil sempre soubemos". Esse papel, no entanto, não é mais o de um Estado produtor, observou o ministro, mas de um promotor de instituições e de regras para coibir os abusos do mercado e para a sinalização exigida pelos agentes econômicos em suas tomadas de decisões. "Em vez de processos pendulares e, por vezes, extremados, o Brasil se guiou, nos últimos anos, pelo equilíbrio e pelo bom senso", disse Amaral. Ele observou que o País preservou a capacidade de planejar a ação do governo e é hoje um dos poucos países que têm Ministério do Planejamento. Lembrou, ainda, que o País preservou algumas empresas estratégicas "que têm ou deveriam ter uma função social". Ele ressaltou, ainda, o papel do BNDES de suprir as deficiências do mercado, ao fornecer financiamento de médio prazo e apoiar a reestruturação do setor produtivo e a substituição competitiva de importações. Amaral lembrou que, no ano passado, o banco emprestou US$ 10 bilhões, o equivalente ao orçamento do Banco Mundial (Bird) para os países em desenvolvimento e quase o dobro do que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) emprestou para a América Latina.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.