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Amaral elogia intenção de Lula em negociar a Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, elogiou nesta quarta-feira a disposição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de manter a negociação para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). ?Vejo com satisfação que há indicações do novo governo que temos que estar presentes na negociação para avaliar se ela interessa ao País?, disse. Segundo ele, o hemisfério tem um papel crucial nas exportações brasileiras. Apresentando dados da balança comercial, Amaral informou que mais de 50% da pauta de exportação do Brasil são destinados para os países que deverão integrar o bloco. Apenas os países do Acordo de Livre Comércio da América da Norte (Nafta) ? EUA, Canadá e México - , recebem 28% das vendas externas brasileiras. O ministro ainda destacou que nos últimos dois meses, as vendas para os Estados Unidos cresceram 10%. ?Podemos ter dificuldades para negociar mas podemos apresentar dificuldades se ficarmos fora da Alca?, disse. ?Precisamos nos preparar para a hipótese de um acordo, promovendo políticas que possibilitem ao setor produtivo tirar proveito da abertura do mercado e para reduzir custos, e também nos preparar para a hipótese de não haver acordo, ampliando a rede de negociações comerciais com outros países?, afirmou. Amaral reiterou o interesse brasileiro em remover barreiras às exportações brasileiras durante as negociações da Alca, como as escaladas tarifárias, imposição de cotas, subsídios na agricultura e até mesmo o uso abusivo de medidas de defesa comercial. O ministro disse que o ponto central da participação brasileira na Alca é a agricultura. Segundo ele, o Brasil deixará claro durante a reunião da Alca que acontece em Quito, no Equador, que deseja que as negociações em todos os setores andem juntas. ?Queremos uma negociação equilibrada, o que é inteiramente razoável. Entendemos que todos os setores devem caminhar juntos, porque não é possível negociar uma só parte?, disse. ?Nós entendemos o argumento que alguns setores implicam na negociação na Organização Mundial do Comércio (OMC) mas é preciso que as coisas caminhem juntas porque senão não há trade-off (troca de concessões)?. Paralelamente às negociações da Alca, estão ocorrendo negociações para rever regras da OMC, como no setor agrícola. Amaral lembrou que a autorização concedida pelo legislativo norte-americano para que o governo possa negociar a Alca prevê a supervisão parlamentar em 521 linhas tarifárias de produtos agrícolas, que, para o ministro, poderão sofrer pressões protecionistas mais diretas. Ele ainda reforçou a posição brasileira de negociar um acordo multilateral, que garanta acesso a todos os mercados. Amaral disse estar preocupado também com o que vai acontecer com o setor produtivo depois da integração. Ele defendeu a criação de mecanismos nacionais e regionais que possibilitem a reconversão industrial e a adoção de políticas de criação de emprego, inclusive com reciclagem e treinamento de mão-de-obra.

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