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Amaral quer que FMI considere barreiras comerciais

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, disse que pediu à missão do Fundo Monetário Internacional, que encerrou ontem a segunda revisão do acordo com o Brasil, que inclua em seu relatório "com muita clareza", as diferentes formas de barreiras comerciais que o País enfrenta. "Se não fosse esse protecionismo nós certamente poderíamos exportar mais", disse o ministro, referindo-se à revisão que o FMI vai fazer na estimativa de superávit da balança comercial brasileira de US$ 6 bilhões para algo entre US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões. "Eu acho que isso não é importante. Estamos crescendo nas exportações, tivemos um saldo de US$ 2,6 bilhões no ano passado, coisa que ninguém esperava e, certamente, vamos poder ter muito mais neste ano e mais ainda no próximo. O importante é continuar crescendo", disse o ministro, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. O aço brasileiro, é um dos produtos que vem incomodando os norte-americanos que querem impor uma cota de exportação. Sérgio Amaral disse que na recente viagem aos Estados Unidos ele e o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, manifestaram que não há motivos para os norte-americanos penalizarem a indústria brasileira do aço. "Ela se ajustou, ela investiu US$ 10 bilhões na última década, e é altamente competitiva", disse o ministro. Segundo ele, a participação do aço brasileiro no mercado americano é pequena. "Nós exportamos 1% do que eles consomem em aço acabado e 3% produto semi-acabado. Então não há razão para que a indústria seja penalizada", afirmou. Segundo o ministro, a disputa do aço brasileiro, nos Estados Unidos, e as barreiras impostas pela União Européia com os produtos agrícolas do Brasil só vão acabar quando os países industrializados e mais ricos entenderem que também têm que se ajustar. "Eles têm que reestruturar sua economia, abandonar os setores em que não são mais competitivos e aceitar que nós exportamos onde somos competitivos, porque senão não há comércio", afirmou. Apesar das barreiras comerciais impostas pelo governo norte-americano, o ministro assegura que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos estão muito boas. "Nós temos que nos acostumar com o fato de que a guerra econômica do século 21 é comércio e nós estamos preparados para enfrentar essa guerra. Sérgio Amaral considerou "infeliz" as declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, que atribuiu os juros altos no Brasil à corrupção. "O problema não é a corrupção, não é privilégio de nenhum país. Eles mesmos estão vivendo um problema sério com a Enron. O problema é a falta de punição, a impunidade. E isso, felizmente, está mudando no Brasil.

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