Era como se estivessem ingressando em 1940, a era de ouro de Hollywood. A casa onde Orson Welles fumava seu cachimbo entre as gravações das cenas de Cidadão Kane brilhava à luz do sol. Rosas brancas ao longo do caminho levavam para o local onde Clark Gable e Vivien Leigh trocavam de roupa em E o Vento Levou.
Mas a reunião que ocorreu na semana passada no local não tinha nada a ver com o passado de Hollywood, e sim com seu futuro. O objetivo oficial foi comemorar a restauração dos quatro prédios do estúdio, que custou US$ 12 milhões. Entretanto, os visitantes também vieram para celebrar uma nova era do setor de entretenimento – marcada pela ascensão das gigantes do streaming, como a Amazon Studios, a nova proprietária dessas instalações.
“O lugar histórico adquiriu relevância”, disse o prefeito de Culver City, Jeffrey Cooper. “É empolgante” afirmou Jennifer Salke, diretora do Amazon Studios. A Amazon arrendou os estúdios de Culver City. A Hackman Capital Partners, empresa de investimentos imobiliários, dona do imóvel desde 2014, seduziu a Amazon com um projeto que deverá custar US$ 600 milhões com a criação de sete novos estúdios e outras melhorias, até 2021.
A decisão da Amazon de transferir sua divisão de entretenimento para o complexo com base num contrato de arrendamento de 15 anos, demonstra a que ponto as gigantes do setor de tecnologia vêm se envolvendo em Hollywood de tal modo que já não podem mais se separar. Combinação. “É a combinação da velha e da nova mídia de uma maneira totalmente harmoniosa”, afirmou Michael Hackman, diretor executivo da Hackman Capital Partners.
“Gosto dessa percepção da história porque nos atém a um padrão”, disse Jeff Bezos, fundador e diretor executivo da Amazon, em resposta a um jornalista sobre a mudança para Culver Studios.
A Amazon que tem cerca de 700 funcionários na área de entretenimento. Na quarta-feira, a empresa revelou que têm mais de 100 milhões de assinantes com acesso a seu serviço de streaming e que pretende gastar US$ 5 bilhões em filmes e programas de TV este ano, segundo o analista da J.P. Mortan, Doug Anmuth.
*TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO