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AmBev fecha fábrica em São Paulo

Empresa diz que medida é parte da reestruturação da produção

Por Marili Ribeiro
Atualização:

A fabricante de bebidas AmBev anunciou o fechamento de sua fábrica em Mogi Mirim (SP), responsável pela produção anual de 40 milhões de litros de cerveja. A decisão provocou a demissão de 146 empregados. Outros 20 funcionários foram transferidos para as fábricas de Jacareí, Guarulhos e Jaguariúna, todas em São Paulo. A empresa diz que o fechamento da unidade é decorrência de um processo de corte de custos, que se acentuou em janeiro, com a entrada em vigor das novas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bebidas. O aumento do IPI chegou a 15% para algumas marcas da AmBev - a empresa foi a fabricante mais penalizada com a mudança na tributação. Com as novas alíquotas, a AmBev teve de reajustar preços, a fim de não perder rentabilidade. Há duas semanas, um dos sócios da AmBev, o empresário Marcel Telles, chegou a visitar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se queixar da excessiva carga de impostos. A AmBev afirma que a decisão de fechar a fábrica não tem relação direta com queda de demanda ou perda de participação de mercado. Os últimos dados disponíveis, coletados pelo instituto de pesquisas Nielsen, mostram que a empresa detinha em janeiro 67% do mercado total de cervejas no País, contra 68,2% em janeiro do ano passado e 68,7%, no mesmo mês de 2007. Apesar de não relacionar o fechamento à queda na demanda, a empresa admite que é parte de uma readequação do parque fabril. A empresa tinha uma meta de crescimento de 5% para o ano passado, mas as projeções são de que não tenha atingido esse objetivo. A fábrica também era considerada desatualizada e a sua produção deve ser absorvida pelas outras unidades paulistas. Na próxima semana, será divulgado o balanço anual e o resultado do primeiro trimestre da companhia que, no Brasil, tem 23 mil funcionários e atingiu faturamento de R$ 12,455 bilhões em 2007. PLANO DE SAÚDE As instalações de Mogi Mirim foram adquiridas pela AmBev em meados de 2007 e pertenciam à Cervejaria Cintra. Na época, a AmBev se defendeu das críticas de que estaria comprando a cervejaria apenas para impedir que a concorrente Petrópolis ficasse com a fábrica dizendo que precisava atender à crescente demanda. O diretor de Assuntos Corporativos da empresa, Milton Seligman, afirmou na ocasião que a meta da AmBev era ocupar integralmente a capacidade de produção da fábrica da Cintra, já que apenas 30% dela estava em operação. Antes da Cintra, a fábrica de Mogi Mirim pertenceu à Cervejaria Kaiser até 1997. De acordo com a AmBev, os empregados dispensados ontem terão direito a usufruir do plano de saúde da empresa por cinco meses e serão cadastrados na lista de recontratação para o verão de 2010, quando a demanda, em épocas normais, aumenta. NÚMEROS 40 milhões de litros de cerveja por ano eram produzidos na fábrica da AmBev em Mogi Mirim 67% do mercado brasileiro de cervejas detém a AmBev, número um pouco menor que o dos anos anteriores - 68,2% em janeiro de 2008 e de 68,7% no mesmo mês de 2007

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