Os trabalhadores da unidade de São Bernardo do Campo da Volkswagen não se intimidam diante da ameaça da montadora de demitir quem fizer greve por não aceitar o Programa de Demissão Voluntária (PDV) ou a transferência para a Autovisão. O recado foi dado hoje pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopes Feijoó, em resposta às declarações do presidente mundial da Volks, Bernd Pischtsrieder. "Se a Volks desrespeitar os trabalhadores, vamos reagir à altura", garantiu Feijoó à Agência Estado "A empresa mais uma vez se porta com inabilidade e truculência, mas isso não nos intimida", complementou. Ele entende que a Volks sabe dimensionar a capacidade de mobilização dos trabalhadores no ABC, e, por isso, partiu para a ofensiva por meio de ameaças. "A empresa sabe o tamanho da bobagem que está fazendo e, por isso, tenta nos intimidar", avaliou. Segundo o sindicalista, mesmo que queira "fazer uma guerra grande" e tomar decisões a partir da sua sede na Alemanha, a Volkswagen poderá sofrer contracarga de seus funcionários em São Bernardo. ?A Volks já perdeu a liderança de mercado no Brasil? "Temos um acordo de estabilidade do emprego até 2006. O que a Volks quer é romper com um acordo, rasgar contrato", acusou. "A Volks já perdeu a liderança de mercado no Brasil. Quem sabe não queira, agora, afundar de vez", ironizou. Ao reiterar o que considera como "inabilidade" na comunicação da montadora, o líder sindical afirmou que Volkswagen provocou "insegurança e tensão" em seus empregados ao divulgar um plano de realocação de 3.933 pessoas, rejeitado em assembléia pelos trabalhadores. "A Volks colocou um carimbo sobre esses empregados, marcando-os como desnecessários. Isso prejudica as pessoas, escangalha suas vidas familiares. E pensam que não haverá resposta? Estamos prontos para qualquer ataque e reagiremos", explicou. Ele disse acreditar na continuidade das negociações entre o sindicato e a montadora, possivelmente no início de outubro, apesar de nenhum encontro estar agendado, e que o projeto da Autovisão até poderá ser implementado, contanto que os trabalhadores sejam transferidos de forma optativa e, além disso, com a continuidade de garantia de emprego entre outras cláusulas de proteção. Presidente da Volks ameaça funcionários brasileiros Volks espera nota oficial para comentar ameaça