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América Latina crescerá 4,6%; Brasil terá aumento de 3,5%

Outros países, como México e Argentina, terão crescimento superior ao brasileiro: de 7,7% e 4%, respectivamente

Por Agencia Estado
Atualização:

As economias da América Latina crescerão uma média de 4,6% em 2006, lideradas pelo forte crescimento da Argentina, segundo as previsões do Banco de Compensações Internacionais (BIS). A atividade econômica do Brasil, porém, ficará abaixo dessa média, em 3,5% ao ano. A instituição internacional, com sede na Basiléia (Suíça), publicou nesta segunda-feira seu 76º relatório anual, no qual analisa a situação da economia global desde o início deste ano e em 2005. O BIS afirmou que "o crescimento observado nas economias emergentes desde 2002 se consolidou" no período analisado, e acrescentou que o "forte crescimento econômico foi acompanhado por um aumento do valor das exportações e por elevados déficit por conta corrente", o que permitiu reduzir a carga financeira da dívida externa. A atividade econômica da Argentina crescerá 7,7% este ano, a do México terá um crescimento de 4% e a do Brasil, 3,5%. Intacta "Na América Latina, a expansão econômica se manteve intacta e a produção industrial voltou a crescer no Brasil e no México no início de 2006", segundo o BIS, que também observou que "Argentina, Chile, Colômbia e Peru registraram crescimentos acima da tendência". As economias emergentes se beneficiaram de condições externas favoráveis, com uma demanda mundial forte e um acesso mais fácil ao financiamento externo, segundo o banco internacional. No entanto, a entidade questiona "se as autoridades das economias emergentes aproveitaram adequadamente estas circunstâncias favoráveis para garantir melhorias duradouras em sua posição fiscal". O BIS adverte também dos riscos inflacionários devido à volatilidade dos preços das matérias-primas e aos níveis muito baixos ou negativos em que se situam as taxas de juros reais a curto prazo, apesar de "até agora a inflação ter permanecido contida". Por isso, segundo o BIS, o desafio das autoridades de muitos países "é evitar erros nas políticas monetárias que possam colocar em risco a estabilidade macroeconômica e financeira". Ao mesmo tempo, em 2005 e desde o início do ano, "o aumento da renda familiar, a redução do desemprego e os altos preços dos ativos potencializaram a despesa das famílias e a confiança dos consumidores", explicou o BIS. O BIS adverte que as previsões de crescimento da América Latina para 2006 estão sujeitas a alguns riscos, já que esta reativação depende das exportações, o que as torna vulneráveis à volatilidade das economias industrializadas e da China. Além disso, os países que receberam substancial financiamento externo podem ser afetados por mudanças na confiança dos investidores, afirmou o banco de pagamentos. Por outro lado, os fluxos líquidos de capital para a América Latina aumentaram notavelmente em 2005, sobretudo pelo investimento estrangeiro direto líquido, que chegou a US$ 51 bilhões.

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