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Americanos e europeus divergem sobre subsídios agrícolas

Para o Brasil, a iniciativa americana poderia ser considerada como "politicamente positiva", mas ainda insuficiente em termos de reduções de subsídios.

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais uma vez ministros dos principais países do mundo vão para a mesa de negociações para tentar encontrar uma solução para o impasse que prevalece nas discussões para a liberalização do comércio agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo dos Estados Unidos apresentou um pacote de propostas para a liberalização do comércio agrícola. Washington sugere um primeiro corte de 53% de seu orçamento para os subsídios em cinco anos e uma redução de 83% para europeus. O fim total dos subsídios ocorreria no ano 2023. Para o Brasil, a iniciativa poderia ser considerada como "politicamente positiva", mas ainda insuficiente em termos de reduções de subsídios. Segundo os cálculos do Ministério da Agricultura, o corte proposto pelos Estados Unidos apenas consolida o que existe hoje em termos de subsídios e, portanto, não representa um corte real da ajuda à agricultura, de acordo com apuração do correspondente Jamil Chade. Proposta européia Do lado da União Européia, a proposta apresentada nesta segunda-feira indica o corte de 70% dos subsídios agrícolas domésticos. O comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, disse em um comunicado que já chegou o momento de tomar decisões. "Iremos mais longe que os Estados Unidos. A Europa está pronta e disposta", complementou o comissário europeu. A oferta de corte de 70% dos subsídios é um avanço de cinco pontos porcentuais com relação à proposta anterior da UE. Iniciativa americana Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo diário britânico Financial Times, o representante de Comércio americano, Robert Portman, propôs a eventual eliminação dos subsídios que, segundo ele, ?distorcem o comércio mundial?, e o fim da taxação de importações agrícolas. "Os Estados Unidos estão prontos para tomar duras decisões na agricultura, mas não podemos fazê-lo sozinhos. Serão necessárias sérias contribuições e participação intensa de todos os membros", disse Portman. Os subsídios agrícolas têm sido o principal obstáculo para a conclusão da chamada Rodada de Doha das negociações da OMC. Os 148 países-membros esperam conseguir concluir um novo acordo internacional de comércio numa reunião em Hong Kong, em dezembro.

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