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Amorim: Brasil vai discutir Itaipu com Paraguai

Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou hoje que o Brasil vai mesmo abrir negociações formais para reajustar o preço da energia elétrica de Itaipu comprada do Paraguai. A decisão política está tomada, e, segundo o ministro, o que o governo vai discutir agora com o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, "é a maneira de fazer (o reajuste)". Em entrevista concedida em Acra, capital do Gana, antes de embarcar para o Brasil, Amorim deixou claro que o objetivo das negociações é saber com é que o Paraguai "pode obter uma remuneração adequada para a sua energia. Isso é justo". O Brasil quer fazer isso, como disseram Amorim e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem reescrever o Tratado de Itaipu. "Não muda o contrato", disse Lula. "Em Itaipu, nós temos um tratado e ele vai se manter", acrescentou o presidente. O Tratado de Itaipu formalizou a sociedade entre Brasil e Paraguai com a inauguração da usina hidrelétrica em novembro de 1982. Pelo acordo, os dois países dividem igualmente a energia produzida, mas o Paraguai, que só consome 5% da energia recebida, é obrigado a vender ao Brasil os outros 95% restantes da sua cota. Ano passado, o Brasil pagou US$ 307 milhões pela energia paraguaia de Itaipu, mas Fernando Lugo chegou a falar, durante a campanha eleitoral, em um valor anual "justo" em torno de US$ 2 bilhões.

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