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Amorim busca minimizar comentário sobre nazista na OMC

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Por Redação
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O Brasil tentou minimizar no domingo os comentários feitos pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que podem atrapalhar um ponto crucial das negociações com os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Amorim comparou os argumentos dos países ricos à propaganda nazista. Amorim disse a repórteres no sábado que a "desinformação" sobre as conversas na OMC o fizeram lembrar dos comentários do chefe de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, que dizia que uma mentira contada muitas vezes acaba sendo aceita como verdade. Um porta-voz de Susan Schwab, chefe de comércio dos Estados Unidos, disse que Washington desaprova a fala de Amorim. "Estamos todos aqui para negociar de forma efetiva e esse tipo de comentário maldoso não tem lugar nessas negociações", disse Sean Spicer no domingo. O porta-voz de Amorim, Ricardo Neiva, disse que o ministro lamenta que Schwab ou qualquer outra pessoa tenha se ofendido com os seus comentários. "O ministro Amorim foi suficientemente cuidadoso para desqualificar o autor da frase. Sua única intenção era destacar que, algumas vezes, falsas versões repetidas com frequência podem sobrepor-se aos fatos, e a propaganda pode suplantar a verdade", afirmou Neiva. Segundo o porta-voz, o Brasil contesta os argumentos dos Estados Unidos e da União Européia, que afirmam ter feito ofertas generosas no comércio de produtos agrícolas, enquanto os países em desenvolvimento fizeram muito pouco para abrir seus mercados para produtos manufaturados. Os ministros de mais de 30 países devem começar as negociações na segunda-feira, em Genebra, a fim de concluir a Rodada de Doha, que já dura sete anos e tem o objetivo de estabelecer trocas livres entre os países. (Reportagem de William Schomberg em Bruxelas)

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