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Amorim compara etanol do Brasil a colesterol bom

Por Adriana Chiarini
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, comparou hoje o etanol de cana-de-açúcar produzido pelo Brasil com o colesterol bom. De acordo com ele, "o etanol é como o colesterol: tem o bom e o ruim". Ele comentou que o etanol de cana-de-açúcar não está provocando a diminuição da produção de alimentos. Isso estaria sendo feito pelo etanol de milho, fabricado nos Estados Unidos. "O colesterol bom salva", disse. Segundo Amorim, o etanol de cana-de-açúcar é parte da solução. Ele afirmou ainda que se o biocombustível está diminuindo a produção de alimentos "não é na África". Países vizinhos O ministro das Relações Exteriores comparou também as concessões aos países pobres vizinhos com as que eram feitas anteriormente pelo Brasil aos países desenvolvidos. "O Brasil sempre se curvava aos Estados Unidos e à Europa e não tinha problema. Quando é com um país mais pobre, vizinho, não pode", afirmou. Celso Amorim disse também que os problemas dos países próximos ao Brasil podem ter conseqüências ruins para o País. "Se houver, Deus nos livre, uma guerra civil na Bolívia, seremos os que mais sofrerão", disse. O ministro disse ainda que "com o FMI (Fundo Monetário Internacional) podia, com a Bolívia não pode - não sei porque essas pessoas tem mais medo do FMI do que da Bolívia". Amorim defendeu também que o Brasil ajude o Paraguai "com espírito de solidariedade e com realismo". Porém, ele afirmou que "não dá para mexer no tratado (de Itaipu)". Amorim defendeu, no entanto, que haja uma negociação e que os dois países conversem para que o Brasil apóie o Paraguai. Segundo o chanceler, existem várias opções para que o Brasil ajude o Paraguai, inclusive a de apoiar a criação de uma linha de transmissão para que o país vizinho utilize mais a energia produzida em Itaipu. "O Brasil fez pouco pelo Paraguai até hoje", afirmou Amorim. Ele foi enfático também que interessa ao Brasil a prosperidade do Paraguai.

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