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Amorim inicia em Londres reuniões decisivas para rodada da OMC

O resultado das negociações desta semana deverá determinar o grau de ambição da declaração final da reunião ministerial da OMC em Hong Kong, que será realizada no próximo mês.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, desembarcou hoje em Londres, onde iniciará uma série de reuniões programadas para esta semana consideradas decisivas para o êxito da rodada multilateral da Organização Mundial de Comércio (OMC). Num encontro que será realizado hoje à tarde na embaixada da Índia, ministros do Brasil, União Européia, Estados Unidos, Japão e Índia, além do diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, vão tentar estreitar suas diferenças sobre o principal tópico que continua ameaçando o sucesso da rodada de Doha, ou seja, a abertura dos mercados agrícolas dos países desenvolvidos. Na quarta-feira, novas reuniões, com um número maior de países, serão realizadas em Genebra. O resultado das negociações desta semana deverá determinar o grau de ambição da declaração final da reunião ministerial da OMC em Hong Kong, que será realizada no próximo mês. As negociações ganharam um novo ímpeto em outubro quando os Estados Unidos anunciaram uma proposta de cortes substanciais nos seus subsídios domésticos ao setor agrícola. Sob forte pressão, a União Européia anunciou subseqüentemente uma oferta com uma média de 39% de corte de suas tarifas sobre produtos agrícolas. Mas os países do G-20 (grupo de países em desenvolvimento) reivindicam um corte de 54% nas tarifas européias, enquanto os Estados Unidos argumentam que essa redução deveria ser ainda maior, próxima dos 60%. Além disso, a proposta européia concede tratamento especial para 8% de suas linhas tarifárias, ou cerca de 160 produtos, o que na interpretação do G-20, não resultaria numa significante abertura de mercado. Menos de 50 linhas tarifárias da União Européia representam cerca de 90% de todas suas importações agrícolas. Os europeus, por sua vez, afirmam que a iniciativa agora está no campo dos países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, alegando que eles precisam apresentar propostas concretas de abertura de seus mercados, principalmente nos setores de serviços e bens industriais. Ainda não está claro se o Brasil colocará nesta semana alguma oferta neste sentido. Caso não se chegue a um acordo mais ambicioso até a reunião de Hong Kong, a expectativa é que se tente criar as condições para um acordo ainda no primeiro semestre de 2006, ano limite para a conclusão da rodada.

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