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Amorim pede explicações a Lavagna sobre restrições

Por Agencia Estado
Atualização:

O chanceler brasileiro Celso Amorim conversou hoje, por telefone, com o ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, sobre as restrições anunciadas ontem para as importações argentinas de fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupa e televisores brasileiros. Segundo o embaixador Luiz Filipe Macedo de Soares, subsecretário geral da América do Sul, o governo brasileiro não esperava que a medida fosse anunciada, mas admitiu que "há algum tempo que esse setor está preocupado" pela quantidade de produtos brasileiros que entram no mercado argentino. Ele disse que o chanceler Amorim vai conversar pessoalmente com o ministro de Economia, Roberto Lavagna, e com o chanceler argentino Rafael Bielsa, durante encontro da Cúpula do Mercosul que começa amanhã, em Puerto Iguazú. Uma fonte do Itamaraty explicou à AE que o governo brasileiro esperava a adoção de uma alíquota de 21% para as importações argentinas de televisores fabricados na zona franca de Manaus. Porém, surpreendeu os negociadores brasileiros a exigência de licenças não-automáticas para as exportações do Brasil dos eletrodomésticos de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa). A fonte afirmou que "é lamentável" a adoção destas medidas restritivas e reconheceu que, "talvez, a Argentina tenha anunciado semelhante barreira para fazer uma barganha em outras negociações comerciais com o Brasil". A referência do diplomata diz respeito à velha proposta argentina de criar um mecanismo automático de emergência para diferenças cambiais e "assimetrias" no comércio bilateral. Mercosul As barreiras tarifária e não tarifária da Argentina contra o Brasil transformaram-se no foco central da cúpula do Mercosul, cujo objetivo brasileiro era o de realizar um encontro para aprofundar o bloco regional. "Estamos fazendo um esforço enorme para que essa questão não contamine a reunião como um todo porque é um assunto bilateral", reclamou a fonte. A medida unilateral da Argentina foi comunicada à Embaixada do Brasil, em Buenos Aires, vinte minutos antes de ser anunciada pelo ministro Roberto Lavagna, na segunda-feira à noite.

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