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Amorim reúne-se com Albright, assessora de Obama

Por NALU FERNANDES E TÂNIA MONTEIRO e ENVIADAS ESPECIAIS
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O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-se com a ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Madeleine Albright, em Washington, que está trabalhando como intermediária entre os líderes do Grupo dos 20 (G-20) e a administração do presidente eleito, Barack Obama. Ao sair da reunião, na noite de sábado, Amorim classificou como "positiva" a realização do encontro por ser uma oportunidade para estreitar o contato entre a próxima administração norte-americana e a brasileira. Para jornalistas, o ministro disse que não entraram em detalhes sobre a Rodada de Doha, mas salientou que há afinidades entre as visões do Partido Democrata, nos EUA, em particular na visão de Obama, e a do presidente Lula, o que permitirá maior desenvolvimento da cooperação entre os países. Mas, mais uma vez, mostrou-se confiante no progresso das negociações. O ministro disse que, na conversa, os dois não entraram em detalhes sobre Doha e que não era o momento de abordar com Albright o tópico prazo para finalizar a rodada. "O próprio presidente eleito disse que cada governo governa uma vez. Nós estamos negociando com o governo que existe". Ao se referir ao encontro do G-20, disse que os líderes deram ênfase à conclusão da Rodada de Doha e avaliou que o Brasil contribuiu muito para isso. Para Albright, no entanto, Amorim afirmou que apenas acentuou a "importância que nós atribuímos ao sistema multilateral, inclusive ao sistema multilateral de comércio e como ele é fundamental para os países por todos os motivos. Acho que ela concorda e acho que o presidente eleito Obama também". Amorim não viu a ausência de Obama no G-20 como um esvaziamento, citou que havia líderes de todo o mundo no encontro e ponderou que o presidente em fim de mandato, George W. Bush, "ao convocar a reunião deu um grande passo. Acho que esta reunião é uma reunião que vai ser lembrada na história como o início de uma nova era". O tema principal da reunião de cúpula é resolver a crise, afirmou o ministro, mas também é o "início de uma nova configuração do poder na ordem mundial". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou Washington às 17 horas locais, e, em vez de seguir pra São Paulo, como estava previsto anteriormente, viajou para Brasília. Lula só chegará a São Paulo para cumprir sua agenda no início da tarde de segunda-feira.

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