PUBLICIDADE

Publicidade

Amorim: Rodada Doha pode ajudar durante a crise

Por Nalu Fernandes
Atualização:

A Rodada Doha de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) será benéfica para as medidas anticíclicas dos países durante o período de crise, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Em palestra, em Nova York, o ministro ponderou que a rodada não é o mesmo que livre comércio. "Apenas visa eliminar as maiores distorções que existem no comércio internacional, como os subsídios agrícolas", acrescentou para a plateia composta por investidores, executivos e membros do governo. "Não vejo contradição na necessidade de criar empregos e a necessidade de retirar os subsídios", completou.Amorim reconhece que há "dificuldades" para a conclusão da Rodada Doha, mas disse que o "acordo é mais difícil também no momento em que é mais necessário". "Se nos deixarmos levar pelo protecionismo todos sairemos perdendo", afirmou, reiterando a metáfora "o comércio é como uma bicicleta: ou ele vai para frente ou ele cai". Amorim disse que foi a "globalização da política externa brasileira que atuou como um dos colchões para ajudar o País a enfrentar a crise". "Hoje dispomos de um leque maior de parceiros em várias partes do mundo, o que faz com que o impacto (da crise) seja menor", afirmou.Assim como o comércio, Amorim acrescentou que a paz não é um "bem que se tem de graça". "Paga-se pela paz em programas de desenvolvimento comum e integração que ajude os seus vizinhos", ponderou. Ele citou a integração na América do Sul como um dos passos ajudando a consolidar a democracia na região e "moderar até alguns ímpetos radicais". O ministro avaliou que o "Mercosul tem sido o motor da união interamericana".O ministro disse ainda que vê necessidade de uma nova governança global. No comércio mundial, quando se falava dos quatro principais países, os citados eram EUA, UE, Canadá e Japão. Agora, quando se "falar em quatro serão EUA, UE, Brasil e Índia", o que indica mudança, ponderou. Amorim avalia que os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), que vieram de um conceito de Wall Street, agora começam a "ser realidade". "O Brasil está tendo estas realidades, mas não significa que temos de deixar de lado os países desenvolvidos".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.