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Amorim se diz confiante em acordo na OMC em 2008

Outros envolvidos na Rodada Doha também vêem momento propício para acordo.

Por Rogerio Wassermann
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou neste sábado estar confiante de que um acordo na Rodada Doha de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) pode ser conseguido até o fim deste ano. Após um almoço informal em Davos, na Suíça, com a participação de cerca de 20 ministros de Comércio de vários países, as autoridades envolvidas nas negociações anunciaram uma possível reunião de nível ministerial em março ou abril para destravar a Rodada Doha. As negociações na OMC, que pretendem flexibilizar o comércio internacional, se arrastam desde 2001, principalmente por conta das diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os países em desenvolvimento defendem o fim dos subsídios agrícolas e das tarifas de importação dos países ricos para seus produtos agrícolas. Os países desenvolvidos, por sua vez, pedem uma abertura para seus produtos industrializados e serviços. 'Oportunidade e necessidade' Segundo Amorim, as diferenças entre os países "já não são tão grandes em termos de números" e o momento atual cria "janelas de oportunidade e de necessidade" para a conclusão das negociações neste ano. Para o chanceler brasileiro, há uma janela de necessidade por conta do atual momento da economia mundial, com a crise financeira iniciada nos Estados Unidos. O aumento do comércio internacional a partir de um acordo na OMC serviria para conter os efeitos da desaceleração econômica. Além disso, segundo Amorim, há uma janela de oportunidade política, com o fim do mandato do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, neste ano. O argumento é que há o desejo do presidente americano de concluir a Rodada Doha ainda durante seu mandato e uma pressão sobre os possíveis atrasos nas negociações que poderiam ser provocados pela mudança de governo no país. 'Momento crucial' Para Amorim, se não forem concluídas em 2008, as negociações poderiam demorar ao menos mais dois ou três anos, até que o novo governo americano se acomode e consiga um mandato do Congresso para negociar. Segundo o ministro, os próximos dois ou três meses serão "cruciais" para as negociações. O otimismo com as negociações também foi expressado pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, o "anfitrião" das negociações. "Nós provavelmente conseguiremos concluir esta grande negociação ainda em 2008", afirmou Lamy. "Basicamente, o lado político está caminhando melhor e os líderes querem isso", disse. Amorim, Lamy e outros dos principais negociadores da Rodada Doha, como o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, e o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, participam ainda na tarde deste sábado de uma mesa de debates sobre comércio internacional como parte da programação do Fórum Econômico Mundial. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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