PUBLICIDADE

Publicidade

Anac rebate críticas de Efromovich ao Estado

Em nota, a agência "nega a possibilidade de receber influências políticas ou pressões das empresas aéreas"

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou uma nota para se defender das críticas feitas pelo empresário German Efromovich, da OceanAir. Em entrevista ao jornal Estado da última segunda-feira, Efromovich afirmou que a agência é alvo de forte pressões das empresas aéreas Gol e da TAM. Ele disse ainda acreditar que os critérios que são elaborados para a distribuição de novos hotrans e slots (direitos de vôo) poderão fortalecer ainda mais as empresas líderes, em detrimento das empresas menores. Na nota, a agência "nega a possibilidade de receber influências políticas ou pressões das empresas aéreas. Ao contrário, a criação de regras pretende afastar qualquer influência política nas futuras decisões". A Anac considera ainda "lamentável" as declarações do presidente da OceanAir. Sobre os critérios para a concessão de novos slots, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, negou que esteja havendo "mudança de regras". "O que existe é a criação de regras a partir de critérios técnicos com uma visão multidisciplinar que envolve vários setores, da segurança operacional às condições econômicas", afirmou Zuanazzi, na mesma nota. Veja a íntegra da nota da Anac: Anac rejeita acusação de influência política A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que, desde que começaram suas atividades, está elaborando as novas regras para fixar o marco regulatório do setor aéreo. Neste sentido, considera lamentável as declarações do empresário Herman Efromovit (sic), presidente da Ocean Air, ao jornal Estado de São Paulo nesta segunda-feira, 12 de junho. Segundo o diretor presidente da ANAC, Milton Zuanazzi, o empresário não entendeu as mudanças que a Agência vem fazendo. "Não há mudança de regras. O que existe é a criação de regras a partir de critérios técnicos com uma visão multidisciplinar que envolve vários setores, da segurança operacional às condições econômicas". Há poucos dias a ANAC colocou em consulta pública (disponível em www.anac.gov.br) o regulamento da distribuição de eslotes (sic) em aeroportos saturados. A agência propôs um sistema de rodízio entre todas as empresas, observando a pré-qualificação técnica, econômica e financeira compatível com o aumento de suas operações. A ANAC foi criada em março de 2006 pelo governo federal para oferecer regras claras, transparentes e democráticas no mercado da aviação civil. Sua diretoria colegiada nega a possibilidade de receber influências políticas ou pressões das empresas aéreas. Ao contrário, a criação de regras pretende afastar qualquer influência política nas futuras decisões. ´Não cabe duopólio na aviação do Brasil´ Em entrevista ao Estado, Efromovich afirmou que não comprou a Varig, como era esperado no leilão, mas ainda está de olho, pelo menos, nos slots da companhia aérea. Disse ainda seguir acompanhando de perto os passos do juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig e, no caso de uma eventual falência, pretende brigar com unhas e dentes para impedir que as concorrentes Gol e TAM se apoderem dos slots. O empresário acusou as duas líderes do setor de exercer fortes pressões junto à Anac, prejudicando as empresas menores. "A Anac perdida e, pela falta de conhecimento do assunto, fica em situação constrangedora, a mercê desse tipo de pressão", afirmou o empresário, que controla o grupo Synergy, com negócios também no ramo de petróleo e faturamento de US$ 1,3 bilhão no ano passado. Segundo ele, o destino da aviação no Brasil é preocupante. "O Brasil é país de 180 milhões de habitantes, não cabe duopólio. Mas se a Anac não fizer alguma coisa, estamos caminhando para isso. Veja o que está acontecendo. Tem uma empresa no Norte, a Rico, que voava para certas cidades que estavam no fim da linha de outra empresa. Essa empresa esticou e entrou nessas rotas a preços aviltados, obrigando essa regional a desistir. Ela não tinha como bancar e foi obrigada a parar de voar." Efromovich explicou que a OceanAir está numa discussão séria para fazer a Anac reconhecer slots pelos quais tem direito. "Temos uma grade de vôos aprovada, que obedece a todas as regras de pré aprovação técnica. Só estava faltando emitir um número. Mas isso aconteceu na semana em que a Anac foi instalada e a agência resolveu suspender os processos em andamento." segundo ele, a empresa espera essa decisão da Anac com 600 funcionários parados e oito das dez aeronaves no chão - o que renderia um prejuízo mensal de US$ 3 milhões.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.