O diretor-geral da Agência Nacional de Aviação civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse nesta terça-feira que o órgão tem um plano de contingência para atender consumidores do setor de aviação comercial em caso de paralisação das atividades de uma companhia aérea, como a Varig. "Seria uma irresponsabilidade uma agência não ter plano de contingência. Mas seria uma mesma irresponsabilidade falar deste plano enquanto a empresa está operando dentro das regras de segurança da aviação civil", disse ao chegar ao Senado para participar da audiência com quatro comissões para discutir a situação financeira da Varig. Zuanazzie garantiu que o consumidor não será prejudicado. Ao abrir a audiência pública, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) esclareceu aos senadores que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, convidada para a reunião, comprometeu-se a participar de uma nova audiência em data a ser definida. Heráclito leu também ofício da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) que informou à comissão que por motivo de "falta de tempo hábil para organizar a agenda" a instituição não participará da reunião desta terça. A Comissão aprovou um novo convite ao presidente do BNDES, Demian Fiocca, para que discuta a situação da Varig com os senadores. Solução Zuanazzi ressaltou ainda que o governo já ajuda muito a Varig. "E não somente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como os governos anteriores, pois se o governo não tivesse ajudado, a Varig já seria passado." Ele ressaltou por diversas vezes que a solução para a empresa tem que sair do processo de recuperação judicial em que ela se encontra. "A questão é fazer ela continuar cooperando e, dentro da lei, achar um caminho para capitalizar a Varig", afirmou, destacando que a Anac, por ser um órgão regulador, não pode tomar parte dessa engenharia financeira, mas terá de dar a palavra final, depois que for fechada uma proposta para a empresa. Encontro de contas Zuanazzi afirmou que a questão do encontro de contas entre as dívidas da Varig com a União e vice-versa é "atualmente irrelevante". "Neste momento a questão é ter fluxo de caixa". Pouco antes da fala de Zuanazzi, a possibilidade de um encontro de contas foi defendida por dois senadores: Ramez Tebet (PMDB-MS) e Edison Lobão (PFL-MA). "É nesse ponto, de encontro de contas, que devemos insistir, sem o qual não chegaremos a lugar nenhum. Isso precisa ser feita com urgência", defendeu Lobão.