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Análise: Impacto econômico do governo Biden no Brasil

O descabido alinhamento com Donald Trump poderá trazer desalinhamentos com Biden

Por Sergio Amaral
Atualização:

Brasil e Estados Unidos são países amigos desde a nossa independência. Joe Biden conhece e gosta do Brasil. 

Gregory Meeks, o novo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, foi até recentemente um ativo copresidente do Caucus Brasil. A Câmara de Comércio Americana (Amcham) reúne cerca de 5.000 associados, número que, por si só, ilustra a força das parcerias empresariais entre os dois países. 

Alinhamento com populismo de Donald Trump não vai impressionar Biden. Foto: Tom Brenner/Reuters

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Uma das mudanças da diplomacia do presidente eleito Joe Biden poderá nos favorecer. Em relação à China, diz o presidente democrata, em vez das sanções de Donald Trump, a restauração de alianças tradicionais de Washington, especialmente com Bruxelas, para pressionar Pequim

A possível distensão no conflito sino-americano deverá reduzir as pressões das superpotências sobre terceiros países, como o Brasil, como no caso da Huawei. A suspensão dessas ameaças, aliás, foi preconizada por destacadas lideranças militares norte-americanas, em artigo recente, na revista Foreign Affairs

Do outro lado, no entanto, o descabido alinhamento com Donald Trump, poderá trazer desalinhamentos com Biden. 

A centralidade da aliança transatlântica fortalecerá as pressões de grupos ambientalistas, de ambos os lados do Atlântico, sobre parlamentares e opinião pública, consumidores e investidores, para a adoção de sanções econômicas contra o Brasil, no caso de o governo não adotar medidas concretas e quantificáveis no combate ao desmatamento na Amazônia. É bom lembrar que a Europa é o segundo importador de produtos brasileiros. 

O ambientalismo mais do que uma decisão de governos, por vezes desinformados, é um compromisso da sociedade, sobretudo dos mais jovens, que veem na proteção da natureza e no combate à mudança do clima a utopia do século 21. 

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*EMBAIXADOR, É CONSELHEIRO DO CENTRO BRASILEIRO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (CEBRI)