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Análise: Será que a ação do G7 é suficiente?

Ação anunciada pelos ministros do G7 ainda deixou várias possibilidades abertas.

Por Andrew Walker
Atualização:

O fim-de-semana foi rápido e cheio de novidades em Washington. O centro de imprensa do Fundo Monetário Internacional (FMI) fica em um porão deprimente a dois andares abaixo do térreo, mas, de forma metafórica, é um bom lugar para se observar tudo que está acontecendo. Após outra semana espantosa em Wall Street, o mercado de ações conseguiu se recuperar do fundo do poço no final da sexta-feira. Isso se devia à uma expectativa, ou esperança, de que os ministros da Fazenda dos países do G7 anunciassem um plano de ajuda. Possibilidades abertas Como esperado, o comunicado dos ministros foi feito logo depois que os mercados fecharam. O anúncio cobriu todas as áreas básicas - a injeção de dinheiro público nos bancos, para garantir que nenhum vá à falência, e para que os mercados de crédito voltem a ter liquidez. Mas a ação deixou várias possibilidades abertas. No dia seguinte ao encontro do G7, a ministra francesa da Fazenda, Christine Lagarde, disse uma conferência em Paris com os países do G7 que usam o euro, mais a Grã-Bretanha, colocaria "carne no esqueleto", ao definir os detalhes de como os países europeus colocariam em prática o plano do G7. Enquanto isso, em Washington, o plano americano de resgate avançou. Existe agora mais ênfase na idéia de que o governo deve assumir as perdas de bancos que estão com dificuldades. E o plano britânico de ajuda financeira também avançou rapidamente. Durante todo o tempo, o G7 está sendo pressionado pelo FMI para acelerar suas medidas. Mau humor O humor aqui no FMI não chega ao pânico que atingiu os mercados durante alguns momentos, mas ainda assim é bastante ruim. Mesmo o presidente americano, George W. Bush, tomou um tempo para visitar o FMI, onde se encontrou com ministros da Fazenda de alguns países. Foi a primeira visita de Bush ao prédio. Diversos dirigentes do FMI - incluindo o diretor-geral Dominique Strauss-Kahn - estão dizendo que esta é a maior crise desde a Grande Depressão dos anos 30. No entanto, as conseqüências econômicas na economia real ainda não estão nem perto do que foram nos anos 30. O principal economista do FMI, Olivier Blanchard, disse à BBC que a situação certamente não vai se deteriorar até esse ponto. Ainda assim, a previsão do FMI é bastante sombria. A segunda metade do próximo ano verá uma recuperação "gradual". Quando a previsão foi publicada, Blanchard disse que mais medidas eram necessárias. Mas ele achou que o medo nos mercados provocaria uma reação dos governos. Parece que ele estava certo. Resta aguardar para ver se as medidas anunciadas neste fim de semana vão funcionar. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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