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ANÁLISE-Troca de ações é modelo provável em união Bovespa-BM&F

Por DANIELA MACHADO
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Embora a integração de Bovespa Holding e Bolsa de Mercadorias & Futuros seja vista como um caminho natural, analistas ainda discutem o formato que o negócio terá. Uma das questões em aberto é qual será o destino de cerca de 1,5 bilhão de reais que a Bovespa tem em caixa. A cifra foi originada antes de a Bovespa deixar de ser uma instituição sem fins lucrativos para tornar-se sociedade anônima. E, pelos termos da legislação, esses recursos não podem ser distribuídos na forma de dividendos. O analista Victor Mizusaki, da Itaú Corretora, acredita em uma operação feita exclusivamente por meio de troca de ações, apesar do excedente de caixa da Bovespa. Nesse caso, o caixa poderia ser utilizado para novas aquisições --pela América Latina, por exemplo. Pelas contas da corretora, a incorporação da Bovespa pela BM&F faria mais sentido por conta do ágio gerado na operação, de 15,3 bilhões de reais. "Se fosse o contrário, o ágio seria de 12,9 bilhões de reais", disse Mizusaki. A amortização do ágio, segundo ele, geraria um benefício fiscal de 3 bilhões de reais, com impacto de 10 por cento no preço das ações. "É isso que o mercado está colocando no preço das ações hoje", acrescentou. Às 17h07, as ações da Bovespa avançavam 11,64 por cento, para 26,85 reais. As da BM&F subiam 14,97 por cento, a 18,13 reais. Já para a equipe de analistas da Planner Corretora, que acompanha as ações da Bovespa Holding e da BM&F na Bolsa de Valores de São Paulo, o caminho mais provável para a integração é a aquisição da BM&F pela Bovespa Holding. Parte da compra seria financiada pelos recursos em caixa e o restante se daria com troca de ações. MODELO TÍPICO O diretor de uma consultoria para desenvolvimento de negócios, que preferiu não ser identificado, lembrou que acordos semelhantes entre outras bolsas foram feitos com troca de ações. "Acho difícil algo diferente disso", avaliou. A transação envolvendo a própria BM&F e a aquisição de 10 por cento pelo CME Group, controlador da maior bolsa de derivativos do mundo, teve perfil semelhante. Na noite de terça-feira, Bovespa Holding e BM&F informaram que iniciaram as conversas para integração. A negociação em caráter exclusivo vai vigorar, no máximo, pelos próximos 60 dias. Uma fonte próxima às bolsas informou que a modelagem do negócio ainda não está definida.

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