PUBLICIDADE

Publicidade

Analistas acreditam em próxima queda dos juros

Algumas das variáveis econômicas e políticas mais importantes para a formação de expectativa do mercado financeiro melhoraram seus desempenhos no decorrer dos últimos dias

Por Agencia Estado
Atualização:

Analistas do mercado financeiro esperam por um corte de 0,25 a 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça e quarta-feira da próxima semana. Os juros de referência para a economia do País estão em 18,75% ao ano desde fevereiro, quando foram reduzidos em 0,25 ponto, de uma taxa de 19% ao ano. Algumas das variáveis econômicas e políticas mais importantes para a formação de expectativa do mercado financeiro melhoraram seus desempenhos no decorrer dos últimos dias e resgataram entre os analistas o consenso de que o Copom deve promover na semana que se inicia o segundo corte no ano da taxa de juros. No seu último encontro, o comitê interrompeu um período de seis meses de estabilidade dos juros em 19% ao ano. Isso soou para o mercado como o início da retomada da trajetória de queda. Este sentimento começou a se dispersar com o anúncio do segundo aumento no ano do preço da gasolina. No sábado, 2 de março, as refinarias já haviam recebido autorização da Petrobras para reajustar em 2,28% o preço do combustível. Na última terça-feira, a estatal liberou o segundo aumento do ano, de 9,39% e que entrou em vigor neste sábado. Mas a melhora no desempenho de algumas das variáveis importantes na formação de expectativas no mercado resgatou a convicção de que o juro sofrerá nesta semana que entra o seu segundo corte no ano. A agência de classificação de risco Moody´s elevou a perspectiva do Brasil de negativa para positiva, e os C-bonds, títulos da dívida brasileira negociados no mercado internacional têm sido valorizados, mostrando spreads mais baixos, segundo avaliação do economista-chefe do Banco Sul América de Investimentos, Luiz Carlos Costa Rego. Ele cita o preço estável do petróleo no mercado internacional, entre US$ 23 e US$ 24 o barril, e as declarações do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, minimizando a influência da gasolina na composição da inflação. Para o economista-chefe do Banco Fibra, Guilherme da Nóbrega, é razoável esperar um corte de 0,50 ponto na taxa de juros. Segundo ele, a redução do risco país, agora em 700 pontos base, deve ser um dos principais argumentos na reunião do Copom. "É com base nesse ponto, além da confortável situação cambial e dos sinais ainda dúbios de recuperação da atividade, que o Banco Central deve justificar um novo corte na Selic", diz Nóbrega. Luiz Rabi, economista-chefe do BicBanco, acha que o BC tem espaço para promover um corte de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros. Ele não vê no aumento da gasolina um obstáculo à redução dos juros porque o impacto, de 0,30 ponto porcentual, será diluído em dois meses. Além disso, afirma o economista, o núcleo do IPCA já começou a recuar. Caiu de 0,50% para 0,45%, segundo cálculos do BicBanco, o que amplia o espaço para o corte de juros. "Temos que considerar também que o Banco Central deixou de olhar o cumprimento da inflação no curto prazo, considerando a convergência para o centro da meta mais a longo prazo", diz Rabi. O economista-chefe do Banco Inter American Express, Marcelo Allain, além das variáveis econômicas, cita a melhora de performance do ex -ministro da Saúde e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, nas pesquisas eleitorais como um fator a mais em favor de um corte na taxa de juros. O desempenho do candidato do governo, segundo Allain, entra na economia como um fator de alívio para o prêmio de risco do País.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.