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Analistas agora esperam redução menor da Selic

Embora mantenha a aposta em corte de 0,5pp na taxa básica de juros na semana que vem, a LCA Consultores passou a admitir redução menor. Em Nova York, a M.Stanley reduziu a previsão de 0,5pp para 0,25.

Por Agencia Estado
Atualização:

A LCA Consultores insiste na aposta de um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Copom na próxima semana, nos dias 13 e 14. A desaceleração do IPCA em março, em comparação com fevereiro, justificaria essa expectativa. A empresa de consultoria, no entanto, admite que o Banco Central pode optar por um corte menor, porque houve aumento dos núcleos e do número de itens com elevação de preços. "Não se pode descartar um corte mais moderado, de 0,25 ponto percentual", afirma a LCA, ao analisar o resultado do IPCA do mês passado. De acordo com os economistas da consultoria, a inflação ao consumidor no segundo trimestre deverá ceder para 0,35% e 0,40% ao mês. Isso ocorreria, segundo a LCA, porque há pouca pressão sazonal no período e também porque há baixa concentração de reajustes tarifários. "Depois porque o núcleo da inflação, seja industrial seja de serviços, deve desacelerar ao longo do trimestre, em resposta à menor pressão de custos", disse, numa referência à desaceleração da alta dos preços industriais no atacado e à redução do impacto da elevação da Cofins. A LCA mantém inalterada a projeção de alta de 6% do IPCA em 2004. M. Stanley reduz projeção Em Nova York, o banco de investimentos Morgan Stanley Dean Witter afinou, após o resultado do IPCA de março, sua aposta para a reunião do Copom da próxima semana, revisando sua projeção de corte da taxa Selic de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto percentual. "Foi uma surpresa negativa, embora já se esperasse um núcleo mais alto", disse à Agência Estado a economista para América Latina do Morgan Stanley, Claudia Castro. Ela estimava 0,43% para o índice cheio do IPCA de março. Para Cláudia, ainda há tanta incerteza agora, depois da divulgação do IPCA de março, quanto havia no mês passado em relação à aceleração dos preços ao consumidor. "Ainda não dá para dizer com certeza que toda essa aceleração do IPCA vem de repasse dos preços dos atacados. Tem uma pressão generalizada; em parte vem do atacado, mas não dá para afirmar que a causa da alta do IPCA vem de repasses do atacado", observou. "Agora, é preciso colocar esse resultado de hoje em contexto: a inflação está baixando. Não há nenhum risco de entrarmos numa espiral inflacionária, e o câmbio está bem comportado. O problema é que a meta de inflação neste ano é 5,5%, que o Banco Central está mirando em termos de política monetária", acrescentou a economista.

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