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Analistas analisam lucros das teles de celular

Por Agencia Estado
Atualização:

As empresas de telefonia celular aumentaram em 36,2% a geração operacional de caixa em 2000, na comparação com o ano anterior. O resultado passou de R$ 1,647 bilhão para R$ 2,244 bilhões, de acordo com pesquisa feita pela Agência Estado, com base nos balanços de seis companhias. Os números são consolidados e correspondem ao Ebitda - lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização -, um dos indicadores mais observados pelos analistas. Foram considerados os resultados das "holdings" Tele Sudeste, Tele Leste, Celular CRT, Telesp Celular, Tele Nordeste e Tele Celular Sul. O destaque ficou por conta da Tele Sudeste, que apresentou a maior evolução de Ebitda da amostra (93,1%), fechando 2000 com R$ 508,800 milhões. O vice-presidente executivo da Telefônica Celular, controladora da Tele Sudeste, Paulo César Teixeira, atribuiu a melhora no resultado ao aumento na base de clientes, redução de subsídios e maior ganho com serviços de valor adicional. O acompanhamento revelou ainda que o lucro líquido acumulado das celulares cresceu 560% no período, passando de R$ 55,483 milhões para R$ 366,241 milhões. A receita líquida teve incremento de 15%, atingindo R$ 6,948 bilhões. Jair Santiago, analista do Banco Brascan, explicou que as variações no lucro das empresas são muito mais expressivas do que as de Ebitda porque, em 1999, o resultado das empresas sofreu o impacto da desvalorização cambial, que trouxe despesas financeiras expressivas. Ele também apontou a forte pressão que as companhias sofriam em 1999 nas suas margens por causa da busca por clientes. A preocupação em obter participação no mercado, disse, foi marcada por intensos subsídios, pesados investimentos de marketing e guerra de preços. O analista do Bear Stearns Alexandre Constantini destacou que o crescimento da receita não foi tão intenso quanto a evolução na base de clientes, pois o aumento da rede gera queda de rentabilidade. A explicação é que o crescimento traz clientes que não utilizam o celular com freqüência e, portanto, não representam necessariamente uma elevação correspondente no tráfego.

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