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Analistas apostam que BC manterá juro em 18,5% ao ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá manter a taxa básica de juros inalterada, em 18,5% ao ano, por mais um mês, segundo 22 de 23 economistas e analistas do mercado financeiro ouvidos nesta terça-feira pela Agência Estado. O comitê, que iniciou hoje a reunião de maio, encerra nesta quarta-feira o encontro de dois dias com a divulgação da taxa básica de juros que balizará a economia brasileira nos próximos 30 dias. A novidade é que, em função de uma viagem do presidente do BC, Armínio Fraga, e do diretor de Política Econômica, Ilan Goldfajn, o BC divulgará a nova taxa por volta do meio-dia. Embora haja quase unanimidade nas previsões que apontam para manutenção dos juros - a única instituição que espera um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic é o banco Brascan -, muitos dos analistas ouvidos dizem acreditar que o Banco Central teria espaço para cortar a taxa, se assim o quisesse. Para o economista-chefe da ABN Asset Management, Hugo Penteado, o único argumento que o BC teria para cortar juros seria a fraca atividade econômica. De acordo com o chefe dos economistas da ABN Asset, não é de agora que a economia brasileira caminha para a desaceleração, porque há muito os indicadores de demanda vêm se deteriorando. Penteado citou o aumento do desemprego, a diminuição da massa salarial e o crescimento abaixo do esperado das exportações. Para a economista-chefe do banco Sudameris, Maria Lúcia Camargo, que também aposta na manutenção dos juros, o Banco Central voltou atrás em tudo o que havia afirmado antes. Apesar de afirmar que os juros serão mantidos, Maria Lúcia acha que um corte de 0,25 ponto porcentual numa taxa de juros de 18,5% ao ano, em uma economia em desaquecimento, não traria problema para a economia. "O BC está perdendo um pouco a previsibilidade. Eles (BC) estão tirando a possibilidade de o mercado prever o que a autoridade monetária está por fazer, como ocorre em outros países, como os EUA, por exemplo", disse. Metas x Turbulências De acordo com o economista-chefe do banco Fibra, Guilherme da Nóbrega, o Banco Central não deve mesmo mexer na taxa de juros, porque as metas de inflação estão ameaçadas e pelo fato de a economia estar sujeita a turbulências políticas. "Este não é um assunto do BC, mas bate na questão do risco País e na variação do câmbio, que são problemas da autoridade monetária", diz Nóbrega. O economista-chefe do banco Boreal, Elson Teles, defende a manutenção da taxa Selic, alegando que da reunião do Copom em abril para a de maio o cenário econômico mudou muito, com a taxa de risco Brasil aumentando, o câmbio se desvalorizando e o preço do petróleo subindo no mercado internacional. "Há pouco espaço para se cortar juros, apesar de a atividade econômica estar muito fraca" , diz Teles. Para o economista-chefe do HSBC Brasil, Alexandre Bassoli, a questão mais importante é não ultrapassar o teto da meta de inflação. "O câmbio persiste em alta e não há nenhuma indicação consistente de movimento de convergência para a meta de inflação", diz Bassoli. O economista-chefe do Unibanco, Eduardo Freitas, pensa da mesma forma. Segundo ele, em relação à reunião do comitê em abril, nada mudou em termos de indicadores econômicos.

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