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Analistas avaliam decisão do Copom

O Comitê decidiu manter a taxa básica de juros em 15,25% ao ano. Fatores que podem comprometer a estabilidade da inflação foram os primeiros motivos apontados para justificar a decisão. A ata da reunião sai na próxima semana.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15,25% ao ano, sem viés. Isso significa que até a próxima reunião do Comitê, marcada para os dias 20 e 21 de março, a taxa permanece inalterada. A ata da reunião será divulgada na quinta-feira da próxima semana, mas o comunicado divulgado já antecipa que a decisão foi tomada pelo Copom "após analisar os diversos fatores determinantes da taxa de inflação". O economista do BankBoston, Marcelo Cypriano, já esperava que o Comitê fosse decidir pela manutenção da taxa. "Alguns indicadores vêm registrando um forte aquecimento da atividade econômica no País e isso poderia pressionar os índices de inflação. Esse cenário vem acompanhado de uma alta das cotações do dólar. A atitude conservadora do Copom foi a mais acertada", afirma. Cypriano explica que uma média anual para a moeda norte-americana acima de R$ 2,00 pode comprometer a meta de inflação de 4% em 2001. Isso porque o dólar mais caro provoca um encarecimento dos produtos importados, o que pode ter reflexos também no preço de produtos nacionais. O resultado disso uma elevação da inflação. O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Heron do Carmo, também previa que governo pudesse adotar essa estratégia, caso os índices de inflação pudessem ser afetados. Isso ainda não aconteceu, já que os resultados inflacionários estão dentro das perspectivas do governo. Mas, para evitar riscos, a opinião dos analistas é que o Comitê decidiu segurar por algum tempo a queda dos juros. Selic entre 13% e 14% ao ano no final de 2001 Apesar da manutenção da taxa de juros, a tendência de queda durante todo o ano deve ser mantida, segundo os analistas. Eduardo Castro, diretor de renda fixa da ABN Amro Asset Management, aposta em um patamar de 13% para a Selic no final desse ano. Já o diretor de operações com clientes da Lloyds Asset Management, Gilberto Poso, acredita que a Selic deve chegar ao final de 2001 em torno de 14% ao ano.

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