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Analistas divergem sobre tendência

Por Jacqueline Farid
Atualização:

Apesar da estabilidade na taxa de desemprego em abril (8,9%) e do resultado abaixo das projeções do mercado financeiro (em média, de 9,3%), analistas avaliam que o cenário ainda é nebuloso para o mercado de trabalho e a recuperação do emprego deve ficar para o segundo semestre. "O mercado de trabalho piorou", avalia o economista da PUC-RJ José Márcio Camargo. "A melhor interpretação deve ser de que o quadro de deterioração foi paralisado", afirmou o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Rogério Souza. Camargo admite que esperava uma taxa maior em abril, de 9,5%, e avalia que não está claro porque a desocupação caiu mesmo sem geração de vagas. Ele suspeita que trabalhadores com contratos de trabalho em suspenso por algum motivo possam ter respondido aos técnicos do IBGE que não estavam ocupados, mas também não procuravam emprego. O conceito de desocupado é de falta de ocupação com procura por trabalho. Segundo Camargo, é possível até mesmo que o desemprego aumente nos próximos meses, já que não estão sendo criadas novas vagas. "O mercado de trabalho está bastante fraco e a taxa pode vir a aumentar neste primeiro semestre", acredita. Para Rogério Souza, do Iedi, os dados do IBGE mostram que os piores efeitos da crise no mercado de trabalho foram "estancados", mas a recuperação do emprego ainda deve demorar. Mesmo com a queda de 3% no emprego industrial ante abril de 2008, ele considera positivo o fato de que, na comparação com março, a queda no setor tenha sido de "apenas" 0,2%: "As quedas no emprego na indústria não estão sendo tão significativas como na produção do setor".

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