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Analistas explicam sucesso de renda fixa

Desaceleração da economia americana força oscilação nas bolsas. Queda nas ações no Brasil e alta nos juros americanos afastam a entrada de investidores estrangeiros. Outra conseqüência, é a boa rentabilidade dos fundos de renda fixa.

Por Agencia Estado
Atualização:

O balanço dos fundos de investimento nos últimos seis meses - dezembro a maio - reforçou a tendência de melhor desempenho dos fundos de renda fixa - em torno de 9%. No resultados dos fundos de renda variável, a divergência é grande. O motivo é um cenário internacional instável, com fortes oscilações e queda das ações em Nova Iorque, num período marcado por tentativas do governo americano de desaquecer a economia através da elevação das taxas de juros. O cenário de apreensão afetou de forma negativa as previsões de investimento estrangeiro no Brasil. O diretor de Renda Variável da Lloyds Asset Management, Paulo de Sá Pereira, e o administrador de Recursos da ClickInvest Gestão de Ativos, Gabriel Coutinho Jafet, concordam que as bolsas brasileiras decepcionaram nos últimos seis meses por causa da crise do Nasdaq - bolsa de empresas de alta tecnologia em Nova Iorque. Cenário financeiro no Estados Unidos A postura em relação às bolsas americanas é de otimismo moderado, conforme apurou o jornalista Tom Morooka. Já existem sinais de desaceleração da economia e de baixa inflação. Segundo Jafet, o cenário externo, incluída a política do FED (banco central dos EUA) em relação aos juros, tende a se estabilizar e, assim, a reduzir oscilações do mercado de ações. Isso, portanto, não implica necessariamente em valorização das ações, mas numa redução das tensões. Isso resulta em cotações mais equilibradas com a situação real das empresas e dos indicadores econômicos do país. Jafet prevê um cenário de maior calmaria, mas, comedido. Ele lembra que a esperada recuperação já pode estar embutida no preço das ações com as altas do fim de maio e deste mês. Investimentos no Brasil A rentabilidade dos fundos de renda fixa, no Brasil, nos últimos seis meses, não surpreende. "O mercado teve um comportamento calmo, o Banco Central até baixou os juros nesse período", comenta o administrador do ClickInvest. Tanto Jafet quanto o vice-presidente do Banco CCF Brasil, Marcelo Giufrida, prevêem que a tendência dos juros brasileiros é declinante. Porém dependem de uma melhora do cenário internacional. Embora a perspectiva seja de queda dos juros, Jafet não sugere um fundo com títulos prefixados. Segundo ele, o que se ganha nesses fundos é muito pouco comparado ao risco de perda com eventual volta da turbulência.

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