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Analistas: preço do petróleo deve subir nos próximos meses

Tendência deve continuar, alimentada por cortes na produção, o leve desaquecimento da economia americana, e a volta das preocupações geopolíticas

Por Agencia Estado
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Após meses de queda, que aliviaram as pressões inflacionárias no mundo, os preços do petróleo voltaram a apresentar uma trajetória de alta nas últimas semanas, superando novamente a faixa dos US$ 55 por barril. E, segundo a maioria dos analistas, essa tendência, embora gradual e limitada, deve continuar, pelo menos no curto prazo. Ela será alimentada por uma série de fatores, entre os quais os cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), os sinais de um desaquecimento apenas leve na economia dos Estados Unidos, e o retorno das preocupações geopolíticas, principalmente em torno do Irã. Percebe-se também a volta do interesse dos fundos hedge nos contratos futuros do petróleo, o que ajuda a sustentar os preços. "O sentimento positivo retornou para os mercados de energia", disse o estrategista do banco ING, Luis Costa, observando que os contratos futuros para o petróleo e gás natural estão sendo pressionados por uma sólida demanda. A Opep começou a implementar a redução de 500 mil barris em sua oferta na quinta-feira. Com isso, seus cortes diários na produção desde o início de novembro somam 1,7 milhões de barris. Analistas e corretores de petróleo têm monitorando atentamente o aumento da capacidade ociosa de produção da Opep para encontrar sinais de que os preços poderão cair. Mas Adam Sieminski, economista do Deutsche Bank, discorda da tese de que os cortes na produção do cartel podem ser traduzidos simetricamente num aumento em sua capacidade ociosa. "E precisaria haver uma capacidade ociosa adicional de 2 milhões de barris diários para que ocorresse um impacto real nos mercados, algo que é improvável em 2007 ou 2008 sem que ocorra uma recessão global", disse Sieminski. Segundo ele, os sinais de vitalidade da economia mundial - e conseqüentemente da demanda de petróleo - e o fraco crescimento na produção de petróleo dos países que não pertencem à Opep, sinalizam que os preços não vão se enfraquecer. Para o economista-chefe da consultoria Economist Intelligence Unit, Robin Bew, a tensão em torno do programa nuclear do Irã vai se acentuar nos próximos meses. "A retórica em torno disso vai piorar bastante e isso significa que os preços do petróleo vão começar a subir de novo", disse. "A atitude dos fundos hedge também vai mudar um pouco e vamos ver, ao longo deste ano, os preços subindo de novo para a marca dos US$ 60 por barril." No entanto, Bew acredita que a partir de 2008 os preços poderão voltar a cair, diante do esperado aumento da produção da commodity.

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