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Analistas projetam 2005 como ano de ajustes

Por Agencia Estado
Atualização:

Os setores que puxarão a economia em 2005 não serão os mesmos que a puxaram em 2004, como o de bens duráveis. Neste ano que se inicia, o crescimento será sustentado pela participação balanceada de diversos segmentos. A avaliação é dos professores Rogério Mori, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, e de Samuel Pessoa, da Escola de Pós-Graduação da FGV. Eles, junto com Marcus Figueiredo, cientista político do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio, participaram do programa Conjuntura Econômica, da "TV Cultura". "Haverá uma participação mais balanceada entre os setores para o crescimento econômico brasileiro. Não só os exportadores, mas os segmentos de bens domésticos contribuirão", aponta Samuel Pessoa. Esse movimento, segundo ele, é positivo, porque demandará mais trabalho, proporcionando uma recuperação da renda. Mori afirma que os setores mais ligados à renda terão um salto neste ano, em detrimento aos de crédito, que devem ter um desempenho menor. Investimentos No entanto, o ajuste na economia brasileira dependerá de alguns fatores, como os investimentos e o câmbio. "Está mais do que claro que o que limita a capacidade de expansão do crescimento brasileiro é a falta de investimentos. Nesse aspecto, o papel do BNDES é fundamental", aponta Rogério Mori. Ele acredita que a mudança no comando do banco de fomento deve acelerar a liberação de recursos. As Parcerias Público-Privadas também trazem boas expectativas nesse sentido, mas Samuel Pessoa acha que estas só terão efeitos práticos a partir de 2007. O ponto crucial de 2005, na opinião de Mori, será a questão do dólar. Os elevados déficits fiscal e em conta corrente dos Estados Unidos podem continuar afetando a cotação da moeda, além de induzir o Fed (banco central americano) a mudar a condução de sua política monetária, trazendo surpresas desagradáveis a países emergentes, como o Brasil. O dólar em baixa afeta principalmente as exportações brasileiras, que, na avaliação de Mori e Pessoa, terão crescimento menor em 2005. Pelas projeções dos economistas, a taxa básica de juros do Brasil não deve ter aumentos no primeiro semestre de 2005, já que seu principal objetivo, o de controlar a inflação, está sendo cumprido com sucesso. "O ciclo de baixa da taxa de juros deve começar no final do primeiro semestre", afirma Mori. Ele acredita que, a partir daí, o Brasil retoma a recuperação, com perspectivas de crescimento entre 4% e 5% no ano.

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