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Analistas recomendam diversificar aplicações

Segundo o economista-chefe do Banco Sul América, para conseguir rentabilidade maior, o investidor deve diversificar suas aplicações. Porém, o investimento em ações só é indicado para quem pode deixar o dinheiro aplicado por longo prazo.

Por Agencia Estado
Atualização:

A contínua melhora do cenário doméstico, reforçada por um quadro internacional com menos incertezas, sugere que o investidor diversifique aplicações para obter uma rentabilidade maior que a oferecida pelas taxas de juros cada vez mais baixas. Uma das formas para isso é a compra de ações. Porém, quem tem disposição para entrar nesse mercado pode conseguir rentabilidade melhor em prazos mais longos. Isso porque, mesmo que o valor da ação caia em determinado período, pode recuperar a perda e ainda conseguir o rendimento esperado pelo investidor. Para isso, é preciso que não tenha um período pré-estabelecido para efetuar o resgate. Uma das formas de diminuir, em parte, o risco no investimento em ações é colocar papéis de diversos segmentos na carteira acionária. Caso um setor seja mais afetado por baixas, outro pode compensar apresentando uma rentabilidade maior. Sul América: cenário externo não é tão instável "O investimento em ações, ainda assim, deve ser feito com idéia de médio e longo prazo", diz o economista-chefe do Banco Sul América, Luiz Carlos Costa Rego, que sugere os fundos de renda fixa, para quem não pretende correr muito risco, e os fundos de ações e derivativos, para quem tem alguma tolerância ao risco. Rego não está entre os que ainda vêem o cenário externo carregado de incertezas, principalmente com os juros e as ações nos EUA. Em sua análise, alguns indicadores, como o que apontou um crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no segundo trimestre, estão sendo equivocadamente interpretados. Os indicadores de consumo, em queda, e o de investimento, em alta, agregados nesse índice, vão ao encontro do que espera o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do EUA), Alan Greenspan. "Os juros norte-americanos não vão subir na reunião do Fed, no dia 22." O único foco de preocupação externa é a Argentina, afirma Costa Rego, mas sem afetar os mercados no curto ou médio prazo. Cenário interno: juros em queda Para Rego, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar o juro básico na reunião que começa dia 22 e termina dia 23, de 16,50% para 16% ao ano, porque a elevação da inflação no mês passado e neste é apenas circunstancial. A preocupação com o suposto envolvimento do alto escalão do governo no escândalo da obra superfaturada do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo deve ser mantida, embora atenuada após a defesa do ex-secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira, na Subcomissão do Senado, afirma Costa Rego. Uma perspectiva de esvaziamento da crise política reforça o cenário positivo para a valorização da Bolsa de São Paulo, que, em sua projeção, poderia chegar ao redor de 20 mil pontos no fim do ano. Pelo fechamento de sexta-feira, em 16.754 pontos, isso daria uma valorização de 19,30%.

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