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Analistas recomendam manter ações da Cesp

Especialistas do mercado acionário recomendam a manutenção dos papéis da Cesp, após o adiamento do leilão de privatização da empresa. Cemig é a principal aposta a longo prazo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O adiamento do leilão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) fez desabar as ações da empresa, como já era esperado pelo mercado. No entanto, analistas recomendam a manutenção dos papéis em carteira, pelo menos até que haja uma sinalização mais clara sobre os desdobramentos do episódio. A venda da Cesp não ocorreu porque nenhum dos interessados depositou garantias financeiras para o leilão. O principal entrave, apontado por diversos grupos internacionais, foi a demora na concessão da licença ambiental para o enchimento de parte do reservatório da Usina Sérgio Motta (antiga Porto Primavera). A autorização, fundamental para que a unidade possa operar a pleno vapor, saiu dois dias antes da data prevista para a privatização. Na terça-feira, quando as garantias não foram apresentadas, os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da Cesp recuaram 6,94%, fechando a R$ 18,90 o lote de mil. A tendência se manteve ontem, quando os papéis da companhia chegaram a cair 10%, para cerca de R$ 17,00. O analista André Segadilha, do Banco Brascan lembrou que as ações tinham registrado valorização expressiva com a expectativa do leilão. "Agora, estamos verificando uma euforia ao contrário e não é o melhor momento para vender." Ele mantém sua projeção de preço-alvo de R$ 23,00 para os papéis, sem identificar prazo para atingir a meta. Segundo dados da Economática, a cotação máxima de fechamento este ano foi de R$ 24,50, em 24 de julho. A analista Alexandra Strommer, do Banco Chase Manhattan, também não recomenda venda de Cesp neste momento. Cemig é aposta a longo prazo Alexandra Strommer, do Chase, não acredita nessa hipótese. "O problema com a Cesp foi pontual e não reflete um menor interesse dos investidores no setor elétrico brasileiro", comentou. Em meio ao forte esvaziamento ocorrido no ramo energético na Bovespa, derivado de uma série de ofertas pública para retirada de ações do mercado, os analistas foram unânimes ao apontar a principal aposta a longo prazo: Cemig. Os pontos mais lembrados foram a expectativa de forte geração de caixa nos próximos anos e melhoras operacionais. Marcos Brandão, da Fator Doria Atherino Corretora, lembrou ainda que os papéis PN da Cemig tiveram a menor valorização entre as empresas do setor, de 116% desde o ano passado até o dia 5. No mesmo intervalo, o Ibovespa registrou ganho de 188%.

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