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Analistas temem emissão descontrolada de pesos

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo admitiu hoje que já está emitindo moeda para cobrir os rombos da arrecadação fiscal que vem de mal a pior. Em fevereiro, a queda anunciada seria de 12% a 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste mês, a emissão de moeda já atingiu $ 350 milhões de pesos e deverá chegar a $ 1,0 bilhão de pesos. A pauta projetada pelo orçamento para todo o ano é de uma emissão de $ 3,5 bilhões. As informações foram confirmadas pelo vice-ministro da Economia, Jorge Todesca. Apesar da emissão, o governo continuará com o problema de não conseguir pagar os salários integrais do funcionalismo, conforme disse Todesca. O Banco Central passou por um regime de 11 anos, durante o período da conversibilidade, sem poder emitir moeda sem o respaldo do dólar. Durante este tempo, o déficit fiscal era coberto com mais dívida até chegar à altíssima cifra de, aproximadamente, US$ 124 bilhões de dólares. Com os créditos fechados, a recessão que já é considerada uma grande depressão de quatro anos, o ?corralito?, a ira da sociedade que se nega a pagar impostos, o governo botou as máquinas de fazer dinheiro para trabalhar. Esta é a grande preocupação dos analistas porque se a emissão sair do controle, a hiperinflação será um caminho inevitável. ?Não vamos emitir para pagar salários?, alertou Todesca. ?Temos que ser cuidadosos e prudentes com a emissão de moeda porque seu efeito se vê refletido no crescimento do circulante monetário?, acrescentou. Este assunto deverá mobilizar a semana e também o mercado de câmbio que poderá ser alterado com base nas expectativas negativas de inflação, segundo o analista Leonardo Chialva, da consultoria Delphos Investiments. Duhalde insiste em acordos com governadores e FMI Outros dois temas vão chamar a atenção nestes dias na Argentina: o acordo com os governadores, que está previsto pelo governo para ser assinado amanhã, e a aprovação do orçamento de 2002, que será levado ao plenário da Câmara na quarta-feira. O governo tem muita pressa pois acredita que com estes dois trunfos na mão poderá conseguir que o Fundo Monetário Internacional (FMI) conceda, enfim, a ajuda financeira que tanto vem sendo implorada pelo presidente Eduardo Duhalde e seu ministro de Economia, Jorge Remes Lenicov. Porém, fontes do mercado próximas ao governo já revelaram que o cumprimento destas duas exigências do FMI já não são suficientes para restabelecer o fluxo de envio de dinheiro à Argentina, interrompida no ano passado. As dúvidas sobre a permanência de Duhalde na Presidência são cada vez mais fortes devido à debilidade da aliança que o sustenta e à situação social que se agrava a cada dia. Leia o especial

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