
01 de dezembro de 2015 | 13h35
BRASÍLIA - O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que o órgão irá se reunir na quarta-feira, 2, com executivos da Abengoa para começar a discutir o que poderá ser feito com os empreendimentos da companhia espanhola no Brasil. Segundo ele, há uma preocupação em especial com obras tocadas pela empresa, que já comunicou oficialmente a possibilidade de interrupção de canteiros. Se necessário, a Aneel poderá determinar até mesmo uma intervenção administrativa nessas concessões.
"Teremos uma reunião amanhã com a Abengoa para que eles nos coloquem a par da situação e, após isso, saberemos quais medidas imediatas serão necessárias para preservarmos os interesses do setor elétrico", afirmou Rufino. "Já sabemos que a situação da companhia tem desdobramentos no Brasil", confirmou.
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Para Rufino, os empreendimentos em operação da Abengoa no País não seriam a maior preocupação da Aneel no momento, pois esses negócios teriam certa autonomia. "Empreendimentos que já se encontram em operação já têm geração de caixa e, portanto, têm sustentabilidade e equilíbrio", destacou.
Já os projetos em construção trazem maior preocupação, como as obras do linhão de Belo Monte. "A nossa preocupação é com a solução do problema. Vamos mapear as alternativas e as competências da Aneel incluem até mesmo uma intervenção administrativa", reforçou Rufino, que descartou a possibilidade de relicitação dos contratos.
O diretor-geral enfatizou que uma solução de mercado, seja pela reestruturação da Abengoa ou pela transferência do controle desses projetos para outras empresas, seria o melhor cenário para a questão. "O agente pode vender parte ou a totalidade da participação nos empreendimentos, isso é o mais natural. A intervenção é uma situação de exceção, mas pode ser tomada de imediato, se necessária", completou.
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