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Aneel: linhão de Belo Monte irá a leilão em fevereiro

Por André Magnabosco
Atualização:

O leilão do chamado linhão de Belo Monte, que deveria ser realizado ainda no final deste ano, está agendado para o dia 7 de fevereiro de 2014. A publicação do edital está prevista para o dia 17 de dezembro, segundo o representante do Ministério de Minas e Energia (MME) Moacir Carlos Bertol. O projeto deve demandar investimento da ordem de R$ 5 bilhões, de acordo com estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).O leilão já deverá contar com uma nova fórmula para o cálculo da Receita Anual Permitida (RAP), baseada em uma projeção de custo de capital superior aos números estabelecidos para 2013. Neste ano, o WACC usado na formulação estava em 4,60%. "Não se espera outro resultado (que não a elevação do cálculo do custo do capital), já que todos os custos estão maiores", disse o diretor da Aneel Edvaldo Santana, após citar a elevação do risco-País como um dos fatores que justificam a previsão de alta do cálculo do custo de capital.Para Santana, o valor estabelecido para a RAP nos lotes leiloados nesta quinta-feira, 14, pode ser usado como explicação para o deságio médio de apenas 7,15% do certame, mas há outros fatores importantes, como a crise na economia mundial. Por causa dela, interessados de países como Espanha e Portugal, que costumavam participar de forma mais ativa dos leilões de transmissão, abandonaram uma postura de protagonismo nessas disputas. Hoje, apenas a espanhola Abengoa conquistou lote.Lote AA diretoria da Aneel deixou evidente que a principal vitória alcançada no certame de hoje foi o leilão do lote A, uma fusão de várias linhas de transmissão que não haviam atraído interessados em leilões passados. "As linhas do lote A vão permitir o escoamento das linhas de Santo Antônio e Jirau. São linhas de grande importância", disse Bertol. "Se esse lote não tivesse interessados, não poderíamos dizer que o leilão de hoje foi bem sucedido", complementou Santana.O lote A foi vencido pelo consórcio Mata de Santa Genebra, formado por Copel (50,1%) e Furnas (49,9%), sem deságio em relação à RAP de R$ 174,447 milhões estabelecida pela Aneel.De acordo com a diretora de Gestão de Novos Negócios e de Participações de Furnas, Olga Simbalista, o lote foi leiloado graças a mudanças propostas pela Aneel. "A agência, de dois leilões para cá, aumentou o prazo de implantação da obra. Essa ampliação do prazo, além da elevação da RAP, nos trouxe maior segurança", disse a executiva. O principal entrave do lote A é o trajeto das linhas, no interior de São Paulo, em uma região onde as companhias devem enfrentar problemas fundiários.O prazo de implementação dos projetos, que costumava ser de até 36 meses, foi ampliado para até 48 meses. "A situação ficou muito mais confortável", complementou a diretora de Furnas.

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