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Aneel muda regra do sistema elétrico para evitar térmicas

Por Fabio Graner
Atualização:

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou hoje, por 4 votos a 1, a curva de aversão ao risco para o sistema elétrico que será válida para os próximos dois anos. A curva aprovada começa o mês de janeiro com uma exigência de armazenamento de água pelas hidrelétricas de mínimo 36% da capacidade, dado que leva em conta o quarto pior biênio em termos de chuva da história do País. Antes, o Operador Nacional do Sistema (ONS) propunha que essa exigência mínima fosse de 61% em janeiro, o que provavelmente levaria à ligação das usinas termelétricas, que têm um custo mais elevado de energia. Atualmente, o nível de armazenamento nas regiões Sudeste e Centro-Oeste está em 45,5%. A opção por uma curva que se inicia com exigência menor, segundo a relatora e diretora da Aneel Joísa Campanher, leva em conta o fato de que em janeiro aumenta o nível de chuva e a possibilidade dos reservatórios operarem com níveis adequados para garantir o fornecimento de energia. A decisão também prevê que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgue semanalmente até 31 de maio notas técnicas com análises da condição de armazenamento das regiões Sudeste e Centro-Oeste, informando se considera o nível seguro para atendimento do sistema. "Caso julgue adequado ou necessário aumentar os níveis de segurança, compete ao ONS solicitar alterações dos valores da curva do subsistema (Sudeste e Centro-Oeste) à Aneel, visando retornar aos valores obtidos a partir da média dos quatro piores biênios", disse Joísa. O relatório teve voto contrário apenas do diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, que alegou que não seria adequado abandonar arbitrariamente a regra que vinha sendo utilizada até então, que previa a definição da curva com base nos quatro piores períodos hidrológicos do País. Para Kelman, a opção por uma curva menos conservadora aumenta o risco de desabastecimento de energia em caso de uma seca. Segundo o diretor-geral da agência, nenhum dos modelos de curva é o ideal, mas enquanto não for criada uma metodologia melhor, ele diz preferir a anterior.

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