A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduziu de 24,43% para 7,4%, em média, o reajuste das tarifas da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). A revisão foi motivada por decisão de Justiça, que suspendeu o reajuste anterior e determinou à Aneel que recalculasse os custos da distribuidora, excluindo os gastos dela com a compra de energia da Termopernambuco, usina termoelétrica pertencente è Neoenergia, do mesmo grupo controlador da Celpe. Ontem, Aneel recorreu da decisão judicial. Com o novo índice, as contas de luz residenciais terão o reajuste reduzido para 4,29% e as indústrias, para um aumento entre 8,01% e 11,56%. Em nota distribuída ontem, a Aneel informou que essa nova autorização de reajuste é provisória, pois a questão ainda está sendo discutida na Justiça. Ela será retroativa a 29 de abril, que a data-base de reajuste da concessionária. A revisão das tarifas foi determinada na semana passada pelo juiz da 3ª Vara Federal em Pernambuco, Manoel de Oliveira Erhardt, numa ação civil pública proposta pelo Ministério Público daquele Estado. O juiz determinou ainda que, para conceder o novo aumento, a Aneel considerasse o custo da energia elétrica disponível no mercado, que é de R$ 57,51 por megawatt/hora. A energia comprada pela Celpe da Termopernambuco representa 34% de toda a energia por ela distribuída. Mas, como o valor pago por essa energia é elevado, cerca de R$ 137,00 por megawatt/hora, a energia adquirida da térmica representa cerca de 50% do custo total da Celpe com a compra de energia. No início do processo, a Celpe havia pedido um reajuste de 56,78%, que não aceito pela Aneel.