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Anefac: crise externa encarece crédito e reduz prazos

Por Ana Luísa Westphalen
Atualização:

As taxas de juros das operações de crédito no País subiram em setembro e já se verifica uma redução nos prazos de financiamentos ao consumidor, em meio à crise financeira internacional. De acordo com a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média das operações de crédito para pessoa física em setembro teve elevação de 0,07 ponto porcentual, passando de 7,39% ao mês (135,27% ao ano) em agosto para 7,46% ao mês (137,12% ao ano). Este é o maior nível desde novembro de 2006. No caso dos juros destinados a operações de crédito para pessoa jurídica, o avanço foi de 0,09 ponto, de 4,27% ao mês (65,16% ao ano) em agosto para 4,36% ao mês (66,88% ao ano) em setembro, maior nível desde maio de 2006. Além disso, o prazo das operações de crédito recuou. O prazo máximo para financiamento de veículos foi reduzido em 12 meses, dos 72 meses em agosto para 60 em setembro. No caso de bens de consumo como os da linha branca, linha marrom, móveis e computadores, o limite caiu de 36 para 24 meses na mesma base de comparação. Analisando os anúncios para venda de veículos, a entidade verificou que em setembro a maioria oferecia prazos entre 36 e 48 meses. Antes, a oferta vinha sendo de 60 a 72 meses. A Anefac destaca ainda que diversas instituições financeiras já começam a exigir entrada de 10% a 20% na compra de veículos. Quando se trata de bens diversos, o prazo para financiamento até agosto na maioria dos anúncios era de 24 meses. Em setembro, o prazo oferecido pela maioria dos anúncios caiu para a metade. Na avaliação do vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o comportamento é reflexo do agravamento da crise financeira internacional, que provocou elevação dos juros futuros e da taxa Selic, que em setembro subiu para 13,75% ao ano. Para ele, o consumidor já começa a sentir os efeitos da instabilidade internacional, por conta da redução dos prazos e também porque as instituições financeiras estão mais seletivas na concessão de crédito e considerando o grau de endividamento da população.

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