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Anfavea: ainda não há conclusão sobre IPI único

O presidente da Anfavea esteve em reunião novamente com o governo para discutir a alíquota única do IPI. Ele disse que só dará informações sobre as negociações quando estiverem concluídas.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), José Carlos Pinheiro Neto, preferiu mudar de estratégia e adotar o silêncio para continuar as negociações com a Receita Federal sobre a unificação das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis. Após mais uma reunião com o secretário da Receita, Everardo Maciel, o presidente da Anfavea disse que havia assumido um compromisso de não dar informações sobre as negociações. "Eu não posso falar", afirmou Pinheiro Neto, que esteve reunido com o Maciel acompanhado de representantes de todas as montadoras. O presidente da Anfavea assegurou, no entanto, que as negociações com a Receita Federal estão prosseguindo. Pinheiro Neto evitou fazer comentários adicionais sobre as divergências entre as montadoras nas negociações com a Receita, reveladas pela imprensa. Para Pinheiro Neto, a nota divulgada na semana passada pelos presidentes das montadoras que integram a Anfavea, manifestando apoio irrestrito a ele, colocava um ponto final na discussão. O porta-voz da Anfavea, Ademar Canteiro, informou após a reunião que ainda não há nada conclusivo sobre as negociações. "Nós só vamos falar quando houver algo concreto, fechado, mas isso não significa que as discussões pararam ou empacaram", disse o porta-voz. Segundo ele, as discussões são técnicas e em alguns pontos houve "mais avanços e em outros menos". A posição contrária à unificação das alíquotas do IPI no curto prazo, defendida pela diretoria da Fiat Automóveis, e que acabou vazando para a Imprensa, é o principal empecilho para as negociações que estão sendo feitas entre a Anfavea e a Receita Federal. A unificação das atuais alíquotas de IPI - 10% para carros com motor 1.0 e 25% para os demais - acabaria gerando, segundo análise de membros do setor, um aumento do preço dos carros populares o que poderia comprometer a liderança alcançada pela Fiat na venda de veículos no mercado brasileiro. Há quatro meses a montadora de Betim lidera o mercado de automóveis no País. Pinheiro Neto já havia reconhecido anteriormente que o IPI único para veículos não era de interesse de todas as montadoras e reclamado do vazamento de discussões internas da entidade. Pinheiro Neto responderá pela presidência da Anfavea somente até o próximo mês de maio, quando haverá novas eleições na entidade. Não há possibilidade de reeleição. A Receita Federal também está evitando comentar sobre as negociações para unificação da alíquota do IPI dos automóveis.

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