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Anfavea analisa 'com cuidado' repasse a preços

Por Anne Warth
Atualização:

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse hoje que o setor automotivo analisa com cuidado a possibilidade de repassar o aumento dos preços do aço aos veículos produzidos no País. "O cenário indica aumento de preço de commodities, incluindo o aço. Essa questão será analisada com cuidado para decidirmos se vai haver reajuste", disse, após se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo. Schneider não confirmou quando esse aumento de preços poderia ser aplicado, mas admitiu: "Pressão nos custos é pressão sobre preços." O dirigente disse que o aumento das exportações de veículos é hoje o maior desafio da indústria automotiva, mas reconheceu que o câmbio valorizado é um fenômeno internacional e não apenas brasileiro, tendo em vista que o dólar tem perdido valor diante de diversas moedas. Ele citou que é preciso combater outros fatores de ineficiência que comprometem a competitividade, tais como as dificuldades na área de logística e infra-estrutura. Schneider defende também uma política tributária específica para exportadores. O presidente da Anfavea ressaltou ainda a importância da estabilidade e da previsibilidade da economia para a atração de investimentos no longo prazo. Schneider negou ter conversado com Mantega sobre a política industrial e as vantagens que seriam concedidas para as montadoras em troca do cumprimento de metas de produção estabelecidas pelo governo. O presidente da associação também cobrou mais agilidade na devolução dos créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a que os exportadores de veículos têm direito. Segundo Schneider, toda cadeia automotiva tem algo entre U$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões a receber por causa da Lei Kandir. Apesar disso, o tema não foi discutido com Mantega, assegurou Schneider, uma vez que envolve mais diretamente os governos estaduais.

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