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Anfavea faz 'promoção' para atrair associadas

Entidade teria reduzido à metade valor cobrado como "luva" para novas filiações; BMW e Chery serão as próximas a se associarem

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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) promove uma espécie de promoção para as novas montadoras que chegam ao País se filiarem à entidade. Segundo fontes do mercado, de R$ 2 milhões reduziu para R$ 1 milhão a "luva" cobrada das novatas para se juntarem ao grupo de 22 fabricantes de automóveis e caminhões já associadas.A alemã BMW, que iniciou operações em Araquari (SC) há dois meses está em vias de associar-se à Anfavea. A chinesa Chery, que há pouco tempo afirmou que permaneceria na Abeifa (que representa importadores e produtores novatos) mudou de ideia e disse ontem que também vai juntar-se ao grupo.Há algum tempo a Anfavea já havia atraído para seus quadros a americana/holandesa DAF, que inaugurou planta em outubro de 2013, e a chinesa Metro-Schacman, que iniciará operações em Tatuí (SP) no próximo ano, ambas do segmento de caminhões."Precisamos estar mais próximos de onde a decisão ocorre e de quem o governo ouve", disse o vice-presidente da Chery do Brasil, Luis Curi. A fábrica do grupo em Jacareí (SP) foi inaugurada em agosto.A Anfavea informou que está aberta aos interessados em se filiar à entidade, e disse que não alterou sua estratégia para atrair novos associados. A entidade não divulga valores cobrados pelo "pedágio" para a filiação das novas fabricantes.A britânica/indiana Jaguar Land Rover, cuja fábrica em Resende (RJ) ficará pronta em 2016, afirmou recentemente que ficará na Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). No setor automotivo, contudo, a aposta é de que a marca futuramente também irá compor s quadros da Anfavea. Descontentes. A Abeifa foi constituída em janeiro em substituição à Abeiva - que só representava importadores - justamente para abrigar os descontentes com o alto pedágio cobrado pela Anfavea, mas, ao que tudo indica, vai perder filiações.Das empresas que estão com planos concretos de fábricas no País, a chinesa JAC Motors, (que promete iniciar nas próximas semanas as obras de sua fábrica na Bahia) também disse que ficará na Abeifa.A Foton Aumark, chinesa representada pelo ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, e que constrói sua unidade em Guaíba (RS) declarou não ter intenção de ir para os quadros da Anfavea, mas também não está na Abeifa que, por enquanto, não representa marcas de caminhões.No início do ano, várias fontes ouvidas pelo Estado afirmaram que a "joia" cobrada para entrar na Anfavea superava os R$ 2 milhões (ou o equivalente a US$ 1 milhão). Até 2006, o valor para associar-se à Anfavea era de cerca de R$ 200 mil, depois foi a R$ 500 mil. Com a onda de novas marcas chegando ao País, o valor pedido chegou a R$ 3 milhões, depois baixou para R$ 2 milhões. Agora estaria em R$ 1 milhão e com chances de parcelamento.Na ocasião, o discurso de alguns membros era o de que a entidade tem um patrimônio construído nos últimos 50 anos, com imóveis em São Paulo e Brasília e know-how obtido após vários estudos e pesquisas. Os entrantes não poderiam simplesmente se beneficiar disso sem um custo. Outro argumento era o de que a entidade "abre as portas dos ministros."

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