
30 de agosto de 2012 | 03h06
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, elogiou ontem as amplas reformas do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, e disse que isso terminará ajudando a reduzir os custos de empréstimo da Itália.
A breve visita de Monti a Berlim acontece quando os preços que o país paga para vender sua dívida de curto prazo caíram ao menor nível desde março em leilões realizados nesta semana. Monti disse que os mercados estão começando a recompensar o país por seus esforços.
"A agenda de reformas do governo italiano é impressionante. Ela precisa continuar e ser implementada passo a passo", Merkel disse em entrevista coletiva com Monti. "Eu estou pessoalmente convencida de que essas reformas darão frutos que vão melhorar a competitividade da Europa como um todo."
Desde que assumiu o governo depois de Silvio Berlusconi, que deixou o cargo em novembro para evitar uma crise de dívida parecida com a grega, Monti iniciou um programa de reformas implementando mudanças no mercado de trabalho, com revisões de pensões e cortes de gastos.
O primeiro-ministro italiano tem uma forte harmonia com a chanceler da Alemanha, diferentemente do seu antecessor.
Títulos futuros alemães reverteram os ganhos após a coletiva de imprensa, com um operador descrevendo Merkel como "muito positiva" sobre Itália.
A Alemanha vendeu dívida com rendimentos negativos nos últimos meses - o que significa que investidores estão efetivamente pagando para emprestar dinheiro para Berlim em busca de refúgio.
Com eventos críticos iminentes para a zona do euro em setembro, Merkel disse que os líderes europeus devem melhorar a coordenação com Bruxelas e o Banco Central Europeu (BCE) ao longo dos próximos meses.
"Estamos convencidos de que o caminho que escolhemos é o certo. Estamos também convencidos de que devemos melhorar a capacidade de cooperar na zona do euro nos próximos meses", disse ela.
Monti, por sua vez, prometeu continuar fazendo reformas fiscais e econômicas abrangentes e reiterou a convicção de que os líderes da União Europeia (UE) chegarão a uma acordo sobre instrumentos especiais que possam ser necessários para reforçar a união monetária.
"Não podemos interromper as reformas depois de um poucos resultados iniciais positivos." / DOW JONES NEWSWIRES
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