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Ano começa sem grandes desafios

Por Alberto Tamer e E-mail - at@attglobal.net
Atualização:

O ano passou, mas nada mudou. As circunstâncias são as mesmas, como são também os desafios, as preocupações e a esperança. Só o tempo passou e ele não tem mais importância, já se foi e não deixou como herança nenhuma tragédia sem solução. Considerando tudo o que aconteceu no segundo semestre, foi até um ano bom, sem o caos que os apocalípticos asseguravam. E para nós? Fomos melhor ainda. Mas, por favor, Brasília, deixe o País em paz, ele está caminhando sozinho com o mundo. Que não façam nada, fiquem no Planalto, como ficaram no ano passado e, se a economia mundial mantiver um crescimento entre 4% e 5%, nós vamos crescer também. Não vamos fazer balanços, pois os leitores que nos seguiram durante o ano sabem o que aconteceu, e muito menos previsões sempre temerárias neste clima de incerteza. Quase todos economistas erraram em suas previsões no inicio do ano. A taça vai para o Ben Bernanke e seus colegas do Fed, o banco central americano; eles afirmavam - e isso até junho! - que a crise do crédito imobiliário nos EUA não teria grandes repercussões. Chegaram a dizer que a crise estava sob controle. E não fizeram nada até os dois últimos meses do ano. Ufa!Pisaram feio na bola. Mas eles não estavam sozinhos, não. O mesmo diziam os economistas da tão respeitada OCDE, do FMI e do Banco Mundial. NÓS TAMBÉM No Brasil, todos erraram em quase tudo: inflação, PIB (ninguém falava em 5%), comercio exterior... O erro maior e a maior surpresa, extremamente agradável, aliás, foi com os investimentos externos diretos, que previam, em média, em torno de US$ 16 bilhões e ficou em US$ 34 bilhões. Apenas mais que o dobro... Até esta coluna, que sempre pesquisa a fundo nos mercados mundiais, confessa que não acreditava em tanto dinheiro entrando no país! QUANTO À CRISE... Ah, aqui, pelo menos, acertamos! Ficamos duplamente satisfeitos por termos afirmado, em pleno explosão da bolha, que a crise do crédito imobiliário, agravada a partir de agosto, não seria uma catástrofe, não iria derrubar a economia mundial, que as perdas seriam absorvidas pelo próprio sistema financeiro. E o "pânico" nas bolsas? Mas que pânico quando a bolsa de São Paulo mantinha-se permanentemente em alta em relação ao inicio do ano e fechou em fechou 2007 em plena festa de Natal, com ganho, acreditem, de 43,4%! Foi uma farra! Afinal, que crise é essa em que as empresas brasileiras correm para se capitalizar nas bolsas e captam bilhões de um público sedento por lucro - e estão ganhando porque a maioria dessas empresas vai bem. E as bolsas americanas - as mais atingida pela crise - também fecham positivas, em torno de 10%. Que crise foi essa, então? O sistema financeiro internacional agüentou bem, o nosso melhor ainda pois é muito sólido e menos exposto. O que houve e está ainda havendo é um processo de ajuste doloroso lá fora, sim, mas sadio. Está corrigindo distorções, exageros com matizes de aventura; enfim, era uma bolha imobiliária que tinha que estourar, estourou, mas não sem deixar atrás de si os resultados altamente positivos do setor de construção, que por quatro anos sustentou um forte crescimento econômico e evitou a ameaça de recessão nos EUA. Ele representa cerca de 5% do PIB! Toda a riqueza criada pelo setor imobiliário continua refletindo na economia, mesmo de forma agora mais lenta. E isso também no Brasil, onde que representa 4% do PIB impulsionou o crescimento ao investir R$ 18 bilhões nas construção de mais de 200 mil imóveis; sozinho, atraiu 70% dos novos investimentos na Bolsa sob a forma de abertura de capitais. FELIZ ANO NOVO E OBRIGADO Neste ano, a coluna completa 14 anos; devo isso unicamente a vocês, leitores fiéis. Muito obrigado e SEJAM FELIZES!

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