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Ansiedade dos analistas se concentra na ata da reunião do Copom

Segundo eles, o teor da reunião poderá sinalizar se o ritmo do corte dos juros em novembro será reduzido para 0,25 ponto percentual

Por Agencia Estado
Atualização:

Um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 14,25% ao ano) nesta quarta-feira é dado como certo por quase a totalidade dos agentes do mercado. Por isso, a expectativa dos investidores e analistas no exterior está concentrada no teor desta reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser divulgada no próximo dia 26, que poderá sinalizar se o ritmo do corte dos juros em novembro será reduzido para 0,25 ponto percentual. "A ansiedade dos mercados se concentra na ata desta reunião", disse à Agência Estado o economista sênior do banco Dresdner Kleinwort, Nuno Camara. Ele acredita que o documento não será alterado em relação ao encontro anterior. "O BC deve deixar a porta aberta para manter o ritmo de corte de 50 pontos em novembro caso a inflação e as expectativas continuem surpreendendo na sua trajetória positiva, mas ao mesmo tempo deverá mencionar a possibilidade de uma maior parcimônia caso considere necessário reduzir o ritmo do relaxamento monetário para 25 pontos base", afirmou. Paulo Leme, economista do banco Goldman Sachs, elevou sua aposta de corte na Selic neste mês de 25 pontos-base para 50 pontos. "Acreditamos que através da ata e do relatório de inflação o Copom vem sustentando a idéia de que já estamos num mundo de `maior parcimônia´, que se traduz em cortes de 25 pontos ao invés de 50 pontos", disse Leme em nota para clientes. "Entretanto, o Copom tem também ressaltado que cada decisão continuará a ser influenciada pelo comportamento da inflação corrente e sua perspectiva." O analista observou que desde setembro, o balanço dos indicadores inflacionários tem ficado abaixo do consenso do mercado, enquanto as expectativas para os próximos doze meses em 2007 continuam a cair abaixo do centro da meta, de 4,5%. Segundo ele, apesar da contínua preocupação com possíveis efeitos futuros sobre a demanda e inflação resultantes de uma variedade de fatores de estímulo à economia, os indicadores atuais justificam um corte de 50 pontos. "A ata do Copom será crucial para avaliar o quão próximo o BC está de mover para um novo regime de corte de 25 pontos", disse. "Por enquanto, mantemos nossa previsão de que o corte em novembro será de 25 pontos-base."

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