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Antes da reforma da Previdência, Vale e Petrobrás são preferidas

Para economista, enquanto reforma fica sem definição, o melhor é se posicionar em empresas maduras

Por Beth Moreira
Atualização:

Empresas maduras, com boa governança corporativa e ainda boas pagadoras de dividendos estão entre as preferências na Bolsa, enquanto o mercado aguarda a aprovação da reforma da Previdência. Vale, Petrobrás e bancos estão entre as preferidas em detrimento de companhias voltadas para o mercado interno.

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Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, enquanto a reforma da Previdência fica sem definição, o melhor é se posicionar em empresas maduras, com boa governança corporativa e, se possível, com histórico de bons dividendos. O profissional lembra que com o nível da taxa de juros atualmente praticado, algumas ações possuem yield (retorno do dividendo) bem atrativo. Também são boas opções companhias voltadas para exportações e pouco endividadas. 

Bandeira acrescenta que, com o avanço da reforma da Previdência travado, sofrem as varejistas (por causa do desemprego) e as empresas que necessitam de crédito, as endividadas e as voltadas para mercado interno, afetadas pela economia em desaceleração. O analista de investimentos Pedro Galdi, da Mirae Asset Wealth Management, destaca a Vale, que apesar de prejudicada pelo acidente de Brumadinho, terá impacto positivo com os maiores preços praticados para o minério de ferro. Petrobrás, acrescenta, deve seguir de forma agressiva com desinvestimentos, após aprovada a venda de subsidiárias, inclusive a BR Distribuidora. 

Galdi lembra ainda que a questão da sanidade dos suínos chineses deve continuar oferecendo boas oportunidades para o setor de proteínas. “Marfrig pode ser beneficiada por maior demanda de carne bovina”, afirma. 

A tramitação da reforma da Previdência, para Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, segue seu ritmo adequado, o que não altera as preferências em bolsa por ora. “Mantemos uma visão favorável ao setor elétrico brasileiro (Energisa como a favorita), ao setor bancário (Bradesco como o preferido entre os bancos privados), ao segmento de transportes (Rumo e Localiza), bem como às empresas estatais, como o Banco do Brasil”, diz. 

A mina de Brucutu é a maior da Vale emMinas Gerais, com capacidade de 30 milhões de toneladas ao ano Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Paralelamente às questões da Previdência, Peretti vê as ações da Vale como atrativas no nível de preço atual, o que não deixa de ser uma oportunidade também. “Por outro lado, companhias com momento operacional em deterioração, como Cielo, sem catalisadores de curto prazo, como Embraer, ou dependentes de decisões legislativas, como as operadoras de saneamento Sabesp e Copasa, devem seguir “travadas” por mais tempo”, avalia. 

Para a semana, a Guide incluiu CVC Brasil ON, destacando a posição dominante da empresa no segmento de lazer. “A CVC tem apresentado boa performance operacional e esperamos continuidade do crescimento ao longo do segundo semestre”, explica a corretora.

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A Mirae fez três trocas no portfólio com a entrada de Metalúrgica Gerdau PN, Usiminas PNA e BR Distribuidora. A MyCap acrescentou JBS ON, Itaú Unibanco PN, Natura ON e Gerdau PN. 

A Terra Investimentos fez uma alteração e incluiu Gerdau Metalúrgica PN. O banco Modalmais mudou todo o portfólio que conta agora com Localiza ON, IRB Brasil Re, Itaú Unibanco PN, Engie ON e Ambev ON. 

Percepção de alta para a Bolsa é predominante

A expectativa otimista para o desempenho do Ibovespa se mantém para a semana que vem. Dos 30 participantes do Termômetro Broadcast Bolsa, 70% esperam alta do índice, ante 67,74% no levantamento anterior. Ao mesmo tempo, 13,33% responderam de maneira pessimista, frente a 12,90% que esperavam queda da Bolsa na última pesquisa. Os que estimaram estabilidade para o índice à vista representam 16,67%, porcentual menor em relação a 19,35% da consulta da semana passada. 

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O Ibovespa teve ganho de 4,05% nesta semana. O levantamento tem por objetivo captar o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento do índice da B3 na semana seguinte.

A próxima semana chega com a atenção dos investidores voltada para as informações mais detalhadas a respeito do rumo da política monetária doméstica. A princípio, com a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que no comunicado após ter definido a Selic inalterada, já indicou que espera a aprovação da reforma da Previdência para iniciar o corte de juros. Depois, com o Relatório Trimestral de Inflação, que deve corroborar e trazer mais elementos aos apontamentos já feitos durante o encontro da semana passada.

Entre uma comunicação e outra, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta o IPCA-15 de junho e os dados do mercado de trabalho de maio. Além disso, tem início a publicação de indicadores das contas do país, como as do setor externo e o resultado primário do governo central.

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No exterior, na terça-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, faz discurso e os investidores buscam pistas sobre quando deve ocorrer a redução dos juros americanos. Também é esperada a retomada das negociações comerciais entre Washington e Pequim, no encontro do G-20. 

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