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Anúncios de pacotes trazem otimismo para mercados

Bolsas de Paris e Madri têm altas históricas; Dow Jones fecha com ganhos de 11,08%.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Os anúncios de planos de ajuda para bancos feitos por governos europeus e a notícia de que os EUA se preparam para comprar ações de instituições financeiras em dificuldades fizeram com que os mercados tivessem recordes de altas nesta segunda-feira. Em Nova York, o índice Dow Jones, que na semana passada teve alguns de seus piores momentos desde a sua criação, há 112 anos, fechou em alta de 11,08%. Também nos Estados Unidos, a bolsa eletrônica Nasdaq fechou pregão com forte alta de 11,81%. Seguindo a tendência dos mercados americanos, o índice Bovespa, em São Paulo, disparou e fechou com alta de 13,37%, atingindo o nível de 40.390 pontos. Horas antes, os mercados europeus se mostraram otimistas com as novas medidas e também fecharam com altas recordes. Em Paris, o índice CAC 40 fechou nesta segunda-feira com o melhor resultado seus 20 anos de história, encerrando com ganhos positivos de 11,18%. Em Londres, o FTSE-100 também teve ganhos de 8,26%. Em Frankfurt, a principal praça européia, o índice Dax fechou com alta de 11,40%, com 5.062,45 pontos. A bolsa espanhola fechou a segunda-feira com sua maior alta em uma única sessão, com ganhos de 10,65% e 9.955,7 pontos. Mais cedo, as bolsas asiáticas já haviam reagido positivamente aos anúncios. A bolsa australiana fechou com uma alta de 5,6%, e o principal índice da bolsa sul-coreana, o Kospi, fechou com alta de 3,8%. O índice Hang Seng, em Hong Kong, teve alta de 10,2%, em 16.312,16 pontos, enquanto a Bolsa de Xangai teve um dia volátil, mas encerrou o pregão em alta de 3,7%. O mercado de ações japonês permaneceu fechado por causa de um feriado. Medidas européias O otimismo dos mercados nesta segunda-feira se deveu em grande parte aos anúncios de planos de ajuda para instituições financeiras em dificuldades feitos por governos da zona do euro. Alemanha aprovou um pacote de 470 bilhões de euros, a França deverá investir cerca de 360 bilhões de euros, e a Espanha, 100 bilhões de euros para garantir empréstimos entre os bancos. No caso da França e da Alemanha, o dinheiro também será usado para comprar ações de bancos em dificuldades. No pacote francês, 320 bilhões de euros (US$ 433 bilhões) servirão como garantia do Estado para empréstimos interbancários. Outros 40 bilhões de euros (US$ 54 bilhões) serão destinados à recapitalização de bancos que enfrentarem dificuldades financeiras. Esse montante representa exatamente a metade dos 80 bilhões de euros que o governo alemão vai destinar à essa mesma finalidade. O decreto-lei anunciado pelo governo espanhol tem uma disposição "preventiva, cautelar", pela qual se estabelece o mecanismo para uma possível recapitalização das entidades financeiras do país, caso seja necessário. Zapatero afirmou que "atualmente" não existe esta necessidade, já que não há "nenhuma situação de insolvência" nos bancos do país. As medidas são parte de um plano acordado entre líderes dos 15 países da chamada zona do euro (que adotaram o euro como moeda) em uma reunião no fim de semana, em Paris. A Áustria e a Itália também anunciaram planos de ajuda. O governo austríaco deverá gastar 85 milhões de euros. O governo italiano disse que está disposto a injetar o que for necessário, sem especificar valores. Na Grã-Bretanha, o governo anunciou que injetaria 37 bilhões de libras (cerca de US$ 64 bilhões) nos bancos Royal Bank of Scotland, Lloyds TSBV e HBOS. Estados Unidos Em um pronunciamento nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que os países estão tomando uma "ação decisiva". Depois de um encontro com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, Bush disse que os Estados Unidos vão continuar a trabalhar com a Europa para enfrentar a crise. Os Estados Unidos também se preparam para seguir a iniciativa européia e comprar ações de instituições financeiras em dificuldades, segundo anúncio do Tesouro americano. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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