PUBLICIDADE

Aos 63 anos, publicitário empreende pela quarta vez

Zezito Marques daCosta, de 63 anos, jáfundou a Z+G, que virouparte da Grey, e a Z+,hoje nas mãos da Havas

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:
Zezito (ao centro),Strozenberg (à esquerda)e Flavio Nara, da agência Z515 Foto: Rafael Arbex/Estadão

No ápice da crise econômica, surge uma nova agência, a Z515. Um dos sócios da nova empreitada, no entanto, nada tem de "novato". O publicitário Zezito Marques da Costa, de 63 anos, está abrindo sua quarta agência. Ele empreendeu pela primeira vez aos 21 anos, com a abertura da NCP. No fim dos anos 80, juntou-se a Sérgio Guerreiro e fundou a Z+G, que se uniu à Grey em 1991. No início da década passada, criou a Z+, que acabou sendo incorporada pela rede francesa Havas sete anos mais tarde, em 2008. Zezito continuou trabalhando em sua última agência até 2013 - nos últimos dois anos, basicamente esperou o período de "não-competição" com a Havas passar. Assim que o prazo venceu, juntou-se a Alan Strozenberg, que já teve passagens por W/Brasil e DM9 e foi seu ex-sócio na Z+, e a Flavio Nara, que atuava como diretor de mídia da mesma agência, para criar um novo negócio. Assim nasceu a Z515, que começou a operar oficialmente no último dia 1º. O número se refere aos 515 anos do Descobrimento do Brasil. Para começar a operação, eles incorporaram uma agência de pequeno porte, a Enemy, e herdaram a equipe de 18 pessoas, incluindo os ex-proprietários do negócio - Fabio Tramontano, Rafael Carrieri e Luciano Frozoni -, que passam a ser executivos da Z515. Hoje, a construtora e incorporadora Gafisa é a principal cliente do negócio. Em um cenário em que as agências independentes brasileiras são cada vez mais raras - desde o último ano, a fluminense NBS foi comprada pelo grupo japonês Dentsu Aegis, enquanto a paulistana Santa Clara agora é parte da britânica M&C Saatchi -, começar um pequeno negócio pode ser uma vantagem, na opinião de Zezito. "O que a gente está querendo oferecer é uma proximidade maior com o cliente, algo impossível nos grandes grupos", afirma o publicitário.Efeitos da crise. Quanto à decisão de abrir as portas justamente no momento em que o País apresenta os piores índices de crescimento desde 1990, os sócios dizem que chegam ao mercado para combater a "onda de pessimismo" que tomou conta do País. Zezito diz ter experiência em crise. Ao longo de sua carreira superou momentos que considera piores: a hiperinflação dos anos 80, o Plano Cruzado e seu fracasso, o Plano Verão e o Plano Collor, com o confisco da poupança. Diante de tantos reveses enfrentados no passado, o publicitário considera não que existiria motivo para adiar o novo projeto só por causa da choradeira geral. "Estamos no meio do olho do furacão, mas eu acredito no País. Ele resiste. Sempre vence e vai adiante." 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.